PENSAMENTO PLURAL Falácia de grife de imunizante, por Palmarí de Lucena
O escritor Palmarí de Lucena postula, em sua nova crônica, como o Brasil enfrenta hoje duas crises, uma motivada pelo novo coronavírus, e outra pela desinformação e o negacionismo. “O momento de alerta por que estamos passando no País, exige união e vigilância para preservamos vidas e nos transformamos em um país mais solidário, menos insensível”, diz. Confira a íntegra de seu comentário…
A sabedoria convencional favorece a noção de que imunizantes produzidos a partir da tecnologia de vírus inativado, proporcionam menor proteção contra as infecções do que aqueles que usam RNA mensageiro. Médicos e cientistas, no entanto, afirmam que esta suposta limitação não se aplica ao grau de proteção contra casos graves e óbitos causadas pela covid-19, enfatizam também a eficácia destes imunizantes no que diz respeito a redução do número de mortos.
Crescente fenômeno social de escolha de vacina baseado em consumismo, e em alguns casos, motivado por radicalismo politico é algo imprescindível e prejudicial a eficácia do programa de imunização contra Covid-19. Especialistas em saúde pública são unânimes em denunciar padrões de comportamento e escolhas egoístas, que provocam este tipo de atitude ou que postergam datas estabelecidas pelo calendário de vacinação.
Coronavac e vacinas chinesas, em particular, aparentam ser o alvo de campanhas de desinformação e fake news, a despeito da aprovação de uso emergencial pela OMS e por 37 países mundos afora. O fato dos resultados da fase três de testes clínicos ainda não foram publicados, não é o motivo de desconfiança, questionamentos em relação às vacinas desenvolvidas na China são parte de uma “guerra política”, que desinformam e não ajudam as pessoas a entenderem como cada um dos imunizantes funciona.
Especialistas reafirmam que todas as vacinas são seguras e que completar o esquema vacinal é imprescindível. Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) repudiaram também a prática dos “sommeliers de vacina”, como são chamadas as pessoas que vão aos postos de vacinação em busca de imunizantes específicos, contra o novo coronavirus. Essas pessoas chegaram a criar grupos nas redes sociais para se ajudarem na procura da vacina de preferência, ou melhor, a escolha de um determinado imunizante, sem base científica.
Quem escolhe a “marca” da vacina ou adia sua vacinação por razão consumerista, faz uma escolha duplamente equivocada, porque cada semana que deixa de se vacinar pode significar sua vida ou a vida de uma pessoa. No Brasil, infelizmente, é preciso observar que enfrentamos duas pandemias: a do novo coronavirus e a da desinformação e do negacionismo. O momento de alerta por que estamos passando no País, exige união e vigilância para preservamos vidas e nos transformamos em um país mais solidário, menos insensível, imunizados contra o coronavirus, extremismo e fratricídio social.
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