Em meio à disputa da Copa Mundial de Clubes, uma discussão tem permeado o debate na Internet, especialmente em portais desportivos, diante do surpreendente avanço do Fluminense, time com a menor folha salarial de todos os atuais clubes que estão na disputa do campeonato. Afinal, o que mais importante: dinheiro ou tradição? Este é o tema do comentário do professor Emir Candeia. Confira íntegra…
A verdade revelada nas folhas salariais dos finalistas da Copa do Mundo de Clubes 2025. Seis dos oito finalistas da Copa estão entre os clubes com as maiores folhas salariais do planeta. Mas o que explica Fluminense também estar lá?
A pergunta é simples e provoca qualquer apaixonado por futebol: Futebol é tradição? É raça? É técnica dos jogadores? Ou é o dinheiro que manda em tudo?
Vamos aos fatos. A Copa do Mundo de Clubes de 2025, disputada nos Estados Unidos, trouxe para o campo uma dura realidade: PSG tem folha salarial de R$ 1,90 bilhão, Real Madrid (R$ 1,42 bilhão), Bayern (R$ 1,26 bilhão), Chelsea (R$ 1 bilhão), Borussia (R$ 0,846 bilhão), e o Fluminense? apenas R$ 180 milhões. Uma fração em relação aos demais.
Os dados, coletados em fontes como a revista Lance, mostram que os seis primeiros clubes estão entre os 15 maiores salários do mundo. E ainda assim, lá está o Fluminense entre os finalistas, com folhas 7 a 10 vezes menores.
O que isso revela? Vamos por partes: 1. O dinheiro compra quase tudo
Com muito dinheiro, os clubes contratam os melhores jogadores, os melhores técnicos, os melhores médicos e até os melhores reservas. O PSG, por exemplo, compra talento como quem escolhe num cardápio de luxo.
2. Mas ainda existe espaço para raça, projeto e inteligência. Fluminense chegou onde chegou não por acaso.
Chegou porque têm gestão séria, estrutura sólida, jogadores que correm mais do que a lógica do mercado e treinador (Renato Gaúcjo) que extrai o máximo do elenco.
3. E a tradição? A camisa ainda pesa? Pesa. Mas não resolve. Camisa sem estrutura é como quadro bonito sem parede firme: cai na primeira ventania. A tradição só se sustenta com gestão, base forte e planejamento.
O futebol virou um jogo de bilhões. Quem tem mais, sai na frente. Mas quem sabe usar bem o pouco que tem, ainda pode vencer. O dinheiro é o motor, mas raça, técnica e inteligência são o combustível certo.
Analogia rápida
Futebol hoje é como Fórmula 1: O dinheiro compra o carro (estrutura e elenco), o jogador é o piloto, que precisa saber guiar, Mas sem estratégia, o carro não termina a corrida.
Se o Fluminense está correndo com um carro de Stock Car contra Ferraris, e mesmo assim chega entre os finalistas, é porque tem algo especial no piloto, na equipe e no plano.
*Escrito pelo torcedor do Treze Futebol clube Emir Candeia Gurjão , clube com uma folha de pagamento em torno de R$ 3 milhões por anos, ou R$ 0,003 bilhões por anos, cuja folha de pagamento do Treze não paga o salario de um atleta de nenhum destes times.
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