Em sua crônica, o professor Emir Candeia saiu em defesa do deputado Hugo Motta, diante do contencioso que o presidente da Câmara tem com o Palácio do Planalto. “O deputado Hugo Motta fez exatamente isso: pautou a votação sobre o decreto que aumentava o IOF – um imposto que afeta diretamente o bolso do cidadão”, acrescentou o professor. Confira íntegra…
Em um Brasil onde o jogo político muitas vezes se dá nos bastidores e não na luz do dia, é preciso reconhecer quando um parlamentar cumpre seu dever com coragem. O deputado Hugo Motta fez exatamente isso: pautou a votação sobre o decreto que aumentava o IOF – um imposto que afeta diretamente o bolso do cidadão. E só por ter feito isso, tornou-se alvo da máquina de propaganda de um governo que prefere esconder sua face verdadeira por trás de discursos ideológicos.
A verdade é que o governo de esquerda queria aumentar o imposto, mas não queria assumir essa decisão perante o povo. Preferia, como sempre, agir nos bastidores, com canetadas, decretos e o silêncio cúmplice de gabinetes fechados. Ao levar a pauta ao plenário, Hugo Motta colocou a decisão onde ela deve estar: no voto democrático, aberto e transparente. E foi justamente isso que irritou a esquerda — ela não está acostumada a conviver com a democracia real, com o voto soberano, com o contraditório.
O governo que se diz defensor dos pobres é, na prática, seu maior algoz. Quer manter o povo dependente de programas sociais, de esmolas oficiais, para garantir votos e controle. Não quer que o trabalhador avance, tenha renda própria, liberdade econômica, ou independência do Estado, pois isso quebra o cabresto que mantém o curral eleitoral funcionando.
Enquanto isso, não apresenta um único plano real para geração de empregos, melhoria da saúde pública, da educação básica, da segurança nas ruas ou do desenvolvimento regional. O que apresenta são discursos. Retóricas. Narrativas. E impostos.
Quando não tem coragem de anunciar o aumento de impostos com clareza, prefere empurrar decretos e depois jogar a culpa na oposição ou nos parlamentares que ousam desmascarar a manobra. A tática é antiga: dividir o Brasil entre “bons e maus”, entre “ricos e pobres”, como se quem trabalha, paga imposto e sustenta o país não fosse parte do povo. Esse discurso de divisão é só uma distração para esconder a própria incompetência.
A esquerda hoje não governa, não inova, não gera, não constrói. Apenas tributa. O IOF, que deveria ser um instrumento de regulação pontual da economia, tornou-se fonte recorrente de arrecadação para tapar buracos causados pela má gestão e pela incapacidade de cortar desperdícios.
Hugo Motta foi fiel à democracia. Não impôs. Pautou. E isso basta para desmontar toda a narrativa autoritária daqueles que se dizem democratas, mas que não suportam ver o povo, ou seus representantes, decidindo por si.
A conta não é de Hugo. A conta é do Governo. E já passou da hora de quem governa ter coragem de dizer a verdade: quer aumentar imposto para manter o Estado inchado e o povo na rédea curta.
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