PENSAMENTO PLURAL Let’s Twitter again, por Palmarí de Lucena
Em sua crônica, o escritor Palmarí de Lucena aborda “um texto sobre algo fora dos limites da República Bolsonariana no Brasil”, e observa como “a extrema direita festejou a compra do Twitter by Musk”, mas não acredita que o novo proprietário da rede social “vá se comportar como o Véio da Havan”. Confira a íntegra de seu comentário…
Twitter aceitou a oferta de Elon Musk, que por quarenta bilhão de dólares transformou a companhia em propriedade pessoal, uma das maiores e mais estranhas aquisições de tecnologia em memória recente. Transação que polarizou usuários e empregados da empresa, perguntas surgiram: como o empresário vai transformar a rede social e permanecer chefe executivo da Tesla, SpaceX e PayPal, ao mesmo tempo? Será que promessas de proteger o direito a livre expressão, vão fomentar mais desinformação e abuso? O que realmente aconteceu foi que um dono de empresas de carros, foguetes e pagamentos, comprou um site onde pessoas gritam umas com as outras sobre notícias e temas diversos, qualquer aposta sobre o que deve acontecer com Twitter é pura especulação, ninguém sabe a motivação do comprador.
Espaço Twitter permite pouca punição social para aqueles internautas implacavelmente negativos sobre toda e qualquer coisa. Quando você é pago para seguir um novo círculo de notícias, se movendo incessantemente como um jogo de pingue-pongue entre autoritarismo, pandemia e guerra, a negatividade acontece em apenas pequenos momentos de atenção. Embora as linhas de tempo do Twitter estejam repletas de usuários, profetizando calamidades ou ameaçando deixar o serviço em protesto se Musk permitir o retorno de Donald Trump, alguns especialistas debatem sem chegar a conclusões, se algo de bom possa acontecer com a mudança de modelo empresarial.
Twitter é um dos produtos mais importantes no espaço de informação. De acordo com um renomado especialista, Twitter é frequentemente “o canudinho que mistura a bebida”, para outros, um péssimo negócio, que perdeu $ 861 milhões de dólares, declarando abaixo de projeções de lucro desde que se tornou uma empresa publica em 2013, além de ser descontentemente torpe em termos de inovação. Seus chamados “trending topics”, são uma mixórdia de assuntos e notícias irrelevantes ou de interesse particular de uma bolha de seguidores, bombardeando usuários com algo que estão promovendo ou que dedicam grande importância política ou social.
Musk é um empresário brilhante. Superou a NASA com construção e lançamento de foguetes da SpaceX, transformou a TESLA na mais valiosa companhia de carros do mundo, revolucionou pagamentos eletrônicos com a PayPal. Reinventar o Twitter é um desafio totalmente diferente e único, aumentar o fluxo da torneira da liberdade de expressão, reprimir abuso e desinformação, ao mesmo tempo, satisfazer usuários da extrema direita ou esquerda, podem escapar da lógica empresarial do homem mais rico do mundo. Mídia social é diferente, muito diferente de que todas estes produtos. Com o Twitter, o produto é a pessoa. “Software” é fácil, “hardware” é difícil, humanos são impossíveis, aí se escondem os perigos e desafios ao futuro do Twitter de Elon Musk.
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