PENSAMENTO PLURAL Nada é tão ruim que não possa piorar, por Riu Leitão
Difícil de acreditar, mas essa foi uma das frases pronunciadas pelo Presidente da República, ao comemorar mil dias em que está no exercício do mais alto cargo executivo do país. Ao invés de uma palavra de esperança, ele, confessando sua incompetência, faz uma proclamação de desânimo, de pessimismo. Uma das famosas Leis de Murphy. A sensação desagradável que passamos a ter é que estamos todos entregues à própria sorte, num barco sem comando em meio a uma tempestade.
Lamentável que cheguemos à terrível conclusão de que “tudo que começa mal, tende a ficar pior”. Ainda mais quando isso é admitido por quem teria a obrigação de nos transmitir expectativas positivas, diante das adversidades. O pior é que parece que ele tem razão.
Manifestar publicamente esse tipo de opinião é, no mínimo, um ato de total ausência de responsabilidade, quando reforça as previsões de tempos ainda mais difíceis para o povo brasileiro. Dele se esperava que fossem colocadas propostas de solução dos problemas que estão afligindo a todos nós. Afinal de contas foi eleito para isso. Dizer que não pode fazer nada e jogar a culpa para outros, é admissão da incapacidade de bem governar.
O que o chefe da nação fala, todo mundo está vendo. O que causa perplexidade é a revelação de que não tem como nos dar esperanças de que poderemos enfrentar os desafios com otimismo. Ele próprio nos joga no ambiente da desesperança, reafirmando, sem meias palavras, de que o cenário de crise deve ser agravado. A versão presidencial da situação provoca um ambiente nacional de intranquilidade e de medo. A quem devemos recorrer para vencer as dificuldades. A sabedoria popular nos coloca um axioma bem adequado para as circunstâncias; “estamos no mato, sem cachorro”.
Um governante competente tem a obrigação de prever o que vai acontecer e buscar formas de superar dificuldades e obstáculos. Simplesmente aceitar quer não pode fazer nada, é inadmissível. Ele deve saber explicar porque as coisas não estão acontecendo da maneira como os governados esperam e desejam.
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