PENSAMENTO PLURAL Não há férias na escola da vida, por Rui Leitão
Em seu comentário, o escritor e historiador Rui Leitão postula como, diferente do período letivo, na escola da vida não há férias. “O currículo dessa escola é determinado pelo tempo, guiado por Deus, o grande mestre, e por nós também, que, por vezes alternamos a condição de monitor e discípulo”, observa Rui, entendendo que “cabe a cada aluno tirar o melhor proveito das lições que ela nos oferece”. Confira íntegra de sua crônica.
Quando nos matriculamos na escola da vida, ao nascermos, ainda não sabemos que o período letivo nunca terá férias. Mas aos poucos vamos percebendo isso. Nessa escola somos, a todo instante, aluno e professor. Mas, de fato, o grande mestre é o tempo.
Durante todo o nosso existir vivemos constante aprendizado. A cada dia aprendemos algo novo. A experiência com tudo o que acontece vai nos formando na vida. A demora em aprender alguma das disciplinas depende unicamente de cada um de nós. As escolhas que fazemos ou a rejeição em absorver certos conhecimentos que nos desagradam, representam o “dever de casa”. Se mau feito, maior o atraso na educação.
De vez em quando nos deparamos com uma prova surpresa e se não estivermos preparados para enfrentá-la seremos reprovados pela dura realidade. O diretor da escola é Deus e Ele quem sabe quando se faz necessário aplicar uma lição mais complicada. Até porque é através dos Seus ensinamentos que aperfeiçoamos nosso caráter, seja pelo amor, seja pela dor.
As descobertas nos ensinam. As provações nos indicam os perigos da vida. Com as dores ganhamos vivência e procuramos corrigir determinadas atitudes que nos fizeram sofrer. Com os prazeres, as alegrias, as conquistas, ganhamos aprovação nas matérias que o tempo nos impõe a estudar. O currículo dessa escola é determinado pelo tempo, guiado por Deus, o grande mestre, e por nós também, que, por vezes alternamos a condição de monitor e discípulo.
Nos conflitos valorizamos a paz. Nas grandes dificuldades, aprendemos a dar valor à solidariedade. Com a fome, encontramos o valor do ter o suficiente para saciá-la, sem gula e sem desperdício. Compreender e tolerar são sentimentos que adquirimos ao vermos as diferenças e as injustiças. Convivendo socialmente, seja em qualquer grupo de nossa ambiência social, aprendemos a amar o próximo. Quem não consegue esses resultados na escola da vida revela-se um péssimo aluno.
Não existe parada para férias nessa escola que nos matriculamos ao nascer. Cabe a cada aluno tirar o melhor proveito das lições que ela nos oferece.
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