
Em seu comentário, o advogado Ronaldo Cunha Lima Filho afirma que “mortes ninguém festeja, mas é imperativo afastar ideologias e ver o confronto sob a sstrita ótica da Segurança Pública”. Ronaldinho se refere à recente operação realizado no Rio de Janeiro, que resultou na morte de pelo menos 120 pessoas (supostamente bandidos), quatro policiais, além da prisão de uma centena de outros indivíduos. Confira íntegra…
A operação no Complexo do Alemão e da Penha expõe o dilema entre garantir a lei e enfrentar o terror armado que domina comunidades inteiras.
Ainda é cedo para uma avaliação conclusiva, mas já é possível estabelecer alguns critérios diante da megaoperação deflagrada na última terça-feira no Complexo do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro.
Comecemos dizendo que “traficante não é vítima do usuário” — tal afirmação é completamente absurda. O traficante armado com fuzil, granadas, drones e bombas é um bandido que, ao contrário da desastrada fala do presidente, deixa vítimas por onde passa, a começar pelos moradores das comunidades onde atua.
Há homicídios, há extorsão, há tortura, há crueldade, há cobrança por serviços básicos, há o terror. Diante do elevado número de mortes (mais de cem), é natural a reação de segmentos da sociedade e da imprensa. “Ninguém festeja a morte alheia”.
O crime organizado está profundamente infiltrado na teia social. E não se limita ao tráfico de drogas — as modalidades de crimes praticados vão muito além da venda de entorpecentes. O Rio ainda convive com a assustadora ação das milícias. Não é brincadeira.
O que sabemos até aqui? A operação adotou uma estratégia acertada ao conduzir os bandidos para a mata que cerca as comunidades, rota comumente usada para fugas. Foi lá, na mata, que membros do BOPE cercaram os criminosos e teve início a troca de tiros. Nenhum daqueles que perderam a vida se rendeu. A polícia foi confrontada.
O que fazer? Sair correndo? Hastear uma bandeira branca? Não restava outra alternativa senão o intenso e letal tiroteio.
Nessa guerra urbana, quatro policiais perderam a vida. Eles estavam lá, com coragem e determinação, defendendo a sociedade. Foram mortos. É preciso aguardar para saber se houve inocentes entre as vítimas e em quais circunstâncias.
A vereadora Marielle Franco foi covardemente assassinada nesse mesmo contexto de violência desenfreada. Há poucos dias, em São Paulo, o delegado Ruy Ferraz Fontes foi brutalmente morto pelo PCC. Essa é a nossa realidade.
Não dá para combater o crime organizado lendo a Bíblia ou pedindo a rendição de quem carrega um AK-47 cheio de balas, pronto para disparar. Infelizmente, o conflito armado se impõe.
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