Em seu comentário, o advogado Ronaldo Cunha Lima Filho adverte contra a “indulgência ideológica com o crime e o desrespeito aos que defendem a lei”, que seria uma característica de setores da esquerda no Brasil, e cita declarações do presidente Lula diante da recente megaoperação policial no Rio de Janeiro: “Em vez de reconhecer e aplaudir os bravos e destemidos policiais que arriscam a vida enfrentando facções fortemente armadas, o presidente os acusa de cometer massacres.” Confira íntegra…

Todo governo tem a sua cloroquina, a sua panaceia. A do presidente Lula é apresentada com ares de sabedoria humanista, envolta em uma visão supostamente moderna de mundo, na qual o criminoso deixa de ser vilão para se tornar vítima.

Segundo essa narrativa, o sujeito que tira a vida de outro ser humano também é um coitado, fruto de uma sociedade perversa que não lhe ofereceu oportunidades nem condições para exercer plenamente a cidadania. Ora, por essa lógica, todos os jovens dos morros cariocas seriam marginais, já que enfrentam as mesmas carências e dificuldades. Mas não. A imensa maioria escolhe o caminho do bem, apesar das adversidades. Apenas uma minoria opta pelo crime, para o desespero das mães que, cedo ou tarde, chorarão a perda do filhos ou os verão atrás das grades.

O crime é sedutor. Oferece poder, dinheiro, drogas, adrenalina e um fuzil pendurado na bandoleira, símbolo do falso domínio sobre a vida e a morte. Os amigos de infância olham, assustados, às vezes tentados, mas resistem. Vencem na vida sem nunca ter dado um tiro para o alto.

A visão do presidente é cruel e desestimulante para os que escolheram o caminho certo, mas convivem diariamente com a violência. Lula tem dado declarações preocupantes, que afrontam o bom senso, a vida e a dignidade alheia. Do jeito que vai, não surpreenderia se resolvesse criar um Bolsa Família exclusivo para membros do Comando Vermelho, entre outros absurdos.

Como considera as prisões inadequadas para reeducar presos, não seria espantoso se propusesse a redução das penas e, quem sabe, depois *empregasse os ex-detentos nas estatais*. Se realmente conhece o chamado “caminho das pedras”, por que até agora não fez absolutamente nada para enfrentar o problema da criminalidade?

O roubo de celular, um dos crimes mais recorrentes e temidos pela população, para ele parece banal. O ladrão, diz, merece tolerância. É o mundo de cabeça para baixo. Em vez de reconhecer e aplaudir os bravos e destemidos policiais que arriscam a vida enfrentando facções fortemente armadas, o presidente os acusa de cometer massacres.

Está tudo errado. Gravemente errado.

E o mais assustador é que ainda há quem ecoe essas ideias delirantes. O anacronismo da anacronismo da esquerda brasileira.

 

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