Com a pandemia do COVID19, muitos profetas do apocalipse foram rápidos em predizer que o ensino presencial estaria fadado a acabar em pouco tempo. Diziam que as comodidades do ensino remoto e o fato de não ter que enfrentar problemas crônicos característicos das grandes cidades, tais como trânsito caótico e violência urbana, fariam com que o ensino presencial fosse, enfim, aposentado após séculos de prevalência desse modelo.
Passados os piores momentos da pandemia e após quase dois anos de ensino remoto ou híbrido, nota-se claramente uma avidez entre os alunos e professores pela volta das aulas presenciais. Aristóteles no alto da sua sabedoria, afirmou que o ser humano é um ser social, precisando conviver para existir.
Quem não lembra com saudades do movimento de chegada na escola, dos intervalos usados para paquerar, praticar esportes, trocar ideias, fofocar, fazer amizades, enfim interagir com outros seres humanos. Além disso tudo, a interação presencial entre professores e alunos é imbatível, permitindo o contato real, a percepção do outro, detectando suas dificuldades, necessidades e conquistas.
Particularmente, estou cansado de lidar com alunos que dizem que suas câmeras e microfones estão com defeito, que eu não consigo ver seus olhos, seus sorrisos, suas feições ou outros traços de expressão que me permitam saber mais facilmente se o meu trabalho está sendo bem recebido ou não. Além do fato que tem sido frustrante passar um período letivo todo e no final, não conhecer o outro, sendo bem possível cruzar pela rua e não saber nem quem é aquele(a) estranho(a).
Acredito que o ensino presencial vai voltar com muita força e valorizado porque estamos todos morrendo de saudades de estarmos juntos e misturados, aprendendo a jogar o jogo da vida e da aprendizagem.