Em seu texto, o professor Emir Candeia comenta sobre até onde leva a vaidade humana. “Quando a busca por mais eficiência e beleza deixa de melhorar a vida e passa a alimentar insegurança, ansiedade e uma corrida sem fim?”, indaga. Confira íntegra…
O ser humano quer melhorar, reinventar, ultrapassar limites. Essa vontade aparece tanto no modo como transforma a si mesmo quanto no modo como transforma o mundo ao seu redor.
No corpo, pintamos cabelos, fazemos cirurgias, moldamos unhas, clareamos ou bronzeamos a pele, colocamos próteses, usamos cosméticos — tudo para alinhar a imagem externa ao ideal interno. Queremos ser mais belos, mais aceitos, mais fortes.
No ambiente, criamos máquinas, aparelhos, softwares para agilizar trabalho, facilitar o aprendizado, melhorar a vida cotidiana. O carro elétrico, a máquina de lavar, o smartphone e, mais recentemente, a Agentic AI — inteligências artificiais que tomam decisões sozinhas para atingir objetivos definidos — são exemplos dessa busca por eficiência e perfeição.
Um Agentic IA pode selecionar animais de melhor linhagem em fazendas descartando os outros (não deixando nascer ou matando-os), para aprovar robôs mais avançados em fábricas descartando os outros e desmanchando os mais “atrasados”., e… será que um dia aplicaremos isso a seres conscientes — inclusive robôs com sentimentos e identidade?
Até onde devemos ir? Quando a busca por mais eficiência e beleza deixa de melhorar a vida e passa a alimentar insegurança, ansiedade e uma corrida sem fim?
Se queremos um equilibrado, precisamos refletir não apenas sobre o que conseguimos fazer, mas sobre o que devemos fazer. A verdadeira evolução está menos em moldar corpos e máquinas e mais em moldar nossa capacidade de discernimento. O Humano Transformador: Até Onde Devemos Ir? Pintamos cabelos, fazemos cirurgias, moldamos nossos corpos. Criamos máquinas, softwares, inteligências artificiais cada vez mais eficientes.
Queremos ser mais belos, mais rápidos, mais produtivos.
Mas até onde essa busca nos leva? Quando a eficiência vira armadilha? Quando a perfeição se torna desumanizante?
Será que devemos aplicar a lógica das máquinas a seres conscientes?
Os textos publicados nesta seção “Pensamento Plural” são de responsabilidade de seus autores e não refletem, necessariamente, a opinião do Blog.