PENSAMENTO PLURAL O líder como exemplo, por Rui Leitão
Assumir uma posição de líder é algo que exige um elevado senso de responsabilidade. Ele deve ter consciência de que há uma tendência de que seus liderados o tomem como exemplo para definição de suas posturas e pensamentos. Exerce, queira ou não, uma função inspiradora. Portanto, pode influenciar, tanto positivamente quanto negativamente, aqueles que seguem suas idéias e estão sob o seu comando.
O bom líder conquista simpatias e adesão ao que faz, não tendo a arrogância como característica de sua personalidade. Ele não impõe sua liderança pelo medo que pode causar, mas pela capacidade de produzir harmonia e tranquilidade no ambiente que governa. Quando se julga dono absoluto do poder, torna-se um autocrata, um tirano, um déspota. O equilíbrio emocional é condição primeira para que se afirme a posição de líder em quem tem a responsabilidade de administrar.
O líder verdadeiro não constrange, não humilha, não cerceia, não ofende e nem menospreza os que estão sob a sua autoridade. Ele é reconhecido pela forma como age. Se seu comportamento fere princípios de cordialidade, respeito e ética, ele vai agradar somente os que têm o seu perfil, mas pode gerar atitudes idênticas às suas entre os que não têm discernimento para distinguir o que é certo e o que é errado. É aí que o exemplo passa a ser maléfico. Embora com o tempo sua máscara caia e seja percebida facilmente a sua artificialidade.
O excesso de arbitrariedades praticadas por um pretenso líder, pode contagiar uma coletividade, transformando-a num grupo de imitadores do “non sense”, da estupidez e da irracionalidade. A má conduta do comandante faz com que seus comandados ignorem o que seja boa índole e integridade moral, levando-os a agirem em dissonância com os regramentos sociais.
Desconfie do líder que ameaça, que não tem inteligência emocional, que vive causando tensão no ambiente em que chefia, que não consegue gerar uma relação de confiança e cumplicidade com os seus liderados. O mau líder costuma usar frases como: “aqui quem manda sou eu”, “se não gosta do que faço e do que digo pode ir embora”, “eu prendo e arrebento”, “eu sou a lei”. Isso é típico de ditadores. Essas pessoas sentem necessidade de dominação, têm duplo fundo moral e são intolerantes.
Por isso é sempre bom observar com cuidado como se comportam aqueles que, por alguma circunstância, alcançaram uma posição de liderança. A paixão política ou ideológica não pode lhe causar cegueira que impeça de enxergar o óbvio, ameaçando a alteração para o lado negativo de sua personalidade. Os maus exemplos, ao serem identificados, devem ser combatidos e nunca reproduzidos.
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