PENSAMENTO PLURAL O que são hoje direita e esquerda, por Emir Candeia

A “direita representa o progresso e a esquerda ficou presa ao passado”, é o que proclama o professor Emir Candeia, em seu comentário. Diz ainda: “É a esquerda que historicamente flertou com regimes totalitários: Stalin, Mao, Fidel, Pol Pot. Já a direita construiu democracias sólidas.” Confira íntegra…

Tem se tornado comum intelectuais e ex- esquerdistas apresentarem a *Direita* como uma “força revolucionária” — ocupando o espaço que a esquerda queria para se. A esquerda quer inverter os valores ideologicamente: tenta romantizar a revolta da esquerda e transformar a reação natural da sociedade contra seus excessos em uma ameaça fascista.

A revolução da Direita é a reação de milhões de cidadãos cansados de ver suas liberdades limitadas, sua fé ridicularizada, sua renda confiscada e sua cultura desvalorizada por uma elite “progressista” que perdeu o contato com a realidade. A direita não é fascista: é a guardiã das liberdades individuais.

Chamar de “fascista” toda crítica ao Estado grande, à imposição de pautas ideológicas e à perseguição de valores tradicionais é uma manobra clássica da esquerda. A *direita* moderna não quer ditaduras — quer menos Estado, mais liberdade econômica, liberdade de expressão, respeito à propriedade privada e valorização da família como núcleo fundamental da sociedade.

É a esquerda que historicamente flertou com regimes totalitários: Stalin, Mao, Fidel, Pol Pot. Já a direita construiu democracias sólidas, promoveu o desenvolvimento econômico e protegeu o direito à divergência. A esquerda abandonou o trabalhador e virou refém das pautas identitárias.

A esquerda que antes falava em emprego e renda agora se perde em siglas, tribunas acadêmicas e discursos desconectados da vida real. Ao invés de defender o operário, ela quer ensinar linguagem neutra. Ao invés de garantir segurança, ela relativiza o crime. Trocaram a fábrica por seminários universitários e a luta de classes por hashtags no Twitter, a presença na rua por viagens. o que importa agora são as ongs.

A direita, por outro lado, voltou a falar com o povo real: aquele que acorda cedo, paga impostos, quer segurança para sua família e educação de qualidade para seus filhos.

O discurso de “igualdade” da esquerda se transformou em controle estatal e mediocridade”. Na prática, a promessa de “justiça social” virou um instrumento de poder para manter uma população dependente de favores do Estado. Assistencialismo permanente, burocracia sufocante, altos impostos e demonização do sucesso são algumas das heranças da esquerda nos lugares onde ela governou por décadas.

A direita propõe o contrário: meritocracia, incentivo ao empreendedorismo, liberdade para crescer e sair da dependência do governo.

A direita é acusada de radicalismo por falar verdades incômodas. Quando um político de direita diz que a família é a base da sociedade, é chamado de reacionário. Quando afirma que o ensino deve priorizar matemática e português ao invés de ideologia de gênero, é tachado de retrógrado. Quando propõe redução do Estado, é acusado de ser desumano.

Na verdade, o que incomoda a esquerda é que a direita está reconectando o discurso político com o senso comum do povo — e isso ameaça a hegemonia de uma elite que por muito tempo falou sozinha.

A verdadeira decadência é da esquerda institucionalizada. O que há de “revolucionário” em alianças com o centrão, escândalos de corrupção, sindicatos dominados por interesses partidários e movimentos sociais usados como massa de manobra? A esquerda que prometia revolução acabou abraçando o sistema que dizia combater. É por isso que perdeu a confiança de grande parte da população.

Conclusão: Vladimir Safatle erra ao tentar pintar a direita como uma força destrutiva. O que ele chama de “radicalismo” é, na verdade, o grito por liberdade, ordem, mérito e valores duradouros. A verdadeira força transformadora hoje é aquela que quer libertar o cidadão da tutela estatal, devolver o poder ao indivíduo e defender aquilo que fez as civilizações prosperarem: trabalho, fé, família, verdade.

É a esquerda que ficou no passado, agarrada a utopias fracassadas e discursos reciclados de um século que já mostrou os desastres que essa ideologia pode causar.

Já a nova direita, ao contrário, está questionando os privilégios, criticando o aparelhamento estatal e exigindo prestação de contas. Não quer destruir instituições — quer desinfetá-las.

 

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