“O PIX representa um avanço fundamental para a inclusão financeira e autonomia econômica do Brasil, mas enfrenta campanhas de desinformação e resistência, muitas vezes alimentadas por grupos políticos e interesses externos que buscam preservar a hegemonia do dólar”, diz o escritor Palmarí de Lucena em sua crônica, e ainda: “Defender o PIX é proteger a soberania nacional, promover justiça social e garantir o futuro econômico do país diante dessas ameaças.” Confira íntegra...
O PIX não é apenas uma inovação tecnológica; é um avanço decisivo para a inclusão financeira e o fortalecimento da economia brasileira. No entanto, o sistema tem sido alvo de uma campanha coordenada de desinformação e resistência, que revela muito mais do que um simples debate econômico — expõe uma batalha geopolítica pela soberania do Brasil e a defesa dos interesses financeiros externos.
Nos últimos meses, assistimos à propagação de fake news afirmando que o governo federal pretende tributar o PIX. Essa narrativa, alimentada por grupos alinhados à direita política, especialmente ligados ao bolsonarismo, ganhou tração nas redes sociais graças a influenciadores e políticos como Nikolas Ferreira, Gustavo Gayer e Carlos Bolsonaro. O que muitos ignoram é que essas acusações se baseiam em um mal-entendido — a Receita Federal ampliou seu monitoramento para combater a sonegação fiscal, sem criar qualquer imposto sobre o PIX. Mesmo diante das explicações oficiais, a desinformação se espalhou, criando pânico e afetando diretamente a confiança do cidadão e do comerciante.
Mas a guerra contra o PIX vai muito além dessa questão fiscal. Parlamentares brasileiros, com vínculos e interesses nos Estados Unidos, têm atuado para desacreditar o sistema, associando-o a supostas ameaças ao dólar e à economia americana. Essa articulação, muitas vezes em conluio com atores externos, busca preservar a hegemonia financeira do dólar, enfraquecendo qualquer alternativa que possa promover a autonomia econômica do Brasil.
As bandeiras internacionais, como Visa e Mastercard, aplicam diversas taxas sobre as transações realizadas em suas redes, incluindo a tarifa de intercâmbio entre bancos emissores e adquirentes, a taxa de serviço cobrada pela própria bandeira, e a taxa de adquirência, que corresponde à comissão dos bancos ou empresas responsáveis pelo processamento dos pagamentos aos estabelecimentos comerciais. Em contraste, o PIX — sistema brasileiro de pagamentos instantâneos regulado pelo Banco Central — opera de forma diferente, realizando transferências diretamente pelo sistema do Banco Central, sem passar pelas redes dessas bandeiras. Por isso, as taxas tradicionais cobradas por Visa, Mastercard e similares não são aplicadas nas transações básicas efetuadas via PIX, o que torna o sistema uma alternativa mais barata e eficiente para pagamentos instantâneos.
O que torna esse quadro ainda mais grave é o fato de que esses representantes eleitos, que juraram defender os interesses do povo brasileiro, acabam agindo como agentes de governos estrangeiros, minando o próprio país que deveriam proteger. Essa postura não pode ser vista como mera divergência política; trata-se de uma ameaça direta à soberania nacional e ao futuro econômico do Brasil, merecendo rigorosa investigação e punição.
Além disso, essa ofensiva contra o PIX está inserida num contexto maior de ataques ao Supremo Tribunal Federal e outras instituições democráticas, que juntos formam a base da estabilidade e do desenvolvimento do país. Ao usar temas financeiros para enfraquecer essas estruturas, os grupos opositores criam um ambiente de insegurança que compromete o progresso social e econômico.
Defender o PIX é, portanto, defender o Brasil. É reconhecer a capacidade nacional de inovação e inclusão, e rejeitar a dependência submissa a interesses externos. É reafirmar que o país tem o direito e a competência para decidir seu caminho econômico, com justiça social e autonomia.
É hora de a sociedade brasileira enxergar essa conjuntura com clareza e mobilizar-se para proteger suas conquistas. O PIX é mais do que um sistema de pagamentos — é símbolo de uma nova era para o Brasil, que não pode ser ameaçada por interesses alheios e narrativas falsas.
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