O professor Emir Candeia profere, em seu comentário, a conclusão que a chamada esquerda identitária vem perdendo poder, nos últimos anos, e não apenas no Brasil. “A esquerda identitária foi eficaz em mobilizar eleitores com discursos sobre diversidade e justiça social. No entanto, ao chegar ao poder, mostrou dificuldades em apresentar um plano claro de desenvolvimento econômico”, afirma. Confira íntegra…
Nos últimos anos, muitos países foram governados pela chamada esquerda identitária — grupos políticos que colocaram no centro do debate pautas sociais, culturais e de inclusão. Esse movimento ganhou espaço principalmente na Europa e nas Américas, prometendo mais igualdade e novos direitos. Mas, com o tempo, o entusiasmo diminuiu. Hoje, em vários lugares, essa esquerda está em queda.
O que aconteceu? A esquerda identitária foi eficaz em mobilizar eleitores com discursos sobre diversidade e justiça social. No entanto, ao chegar ao poder, mostrou dificuldades em apresentar um plano claro de desenvolvimento econômico. Em vez de fortalecer a indústria, gerar empregos e melhorar os serviços públicos, muitas vezes apostou em soluções rápidas, como aumentar impostos ou ampliar benefícios sociais sem criar bases sólidas para sustentá-los.
Os problemas deixados Entre os pontos mais criticados estão: mais criminalidade, associada a políticas de segurança mais brandas, uso de drogas mais liberado, visto por parte da população como fator de desordem social, escândalos de corrupção, que minaram a confiança nos governos, impostos mais altos, sem contrapartida em serviços melhores.
Além de menos indústria e empregos de qualidade, com riqueza concentrada em poucos setores, e educação e ciência em segundo plano, deixando de ser prioridade em muitos países.
O exemplo americano: nos Estados Unidos, a diferença entre estados comandados por democratas (ligados à esquerda) e republicanos (à direita) costuma ser citada como exemplo. Em geral, nas áreas controladas pelos democratas, os índices de criminalidade e impostos são mais altos, e a economia enfrenta mais dificuldades para gerar empregos.
Por que está em queda? A política precisa entregar resultados. Quando o discurso não se transforma em mais segurança, renda e oportunidades, a população perde a confiança. Foi isso que aconteceu: a esquerda identitária focou demais em debates simbólicos e deixou em segundo plano problemas concretos do dia a dia.
Conclusão: A queda da esquerda identitária não significa que pautas sociais perderam importância. O que está em jogo é a falta de equilíbrio: governar exige defender direitos, mas também cuidar da economia, da segurança e da educação. Quando essa combinação não aparece, o eleitor procura alternativas. E é exatamente esse movimento que vemos hoje em várias partes do mundo.
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