PENSAMENTO PLURAL Terremoto provoca união entre Veneziano, Cássio e Cartaxo para 2022, por Ytalo Kubitschek
O comentário do jornalista Ytalo Kubistchek vem na esteira da revelação de que, nos últimos dias, o senador Veneziano Vital do Rego estabeleceu diálogo com o ex-senador Cássio Cunha Lima, e não foi tratar da ida dos astronautas da Nasa à Lua. Os dois não dão mais detalhes, mas certamente girou sobre as eleições do próximo ano e a possibilidade de parcerias, ainda que, teoricamente, Veneziano esteja com João Azevedo, e Cássio, com Romero Rodrigues, atualmente adversários na disputa pelo governo. Mas, como na política da Paraíba até boi voa, acompanhe a íntegra do texto…
Certa feita, o brilhante orador e analista político paraibano, Gilvan Freire, cunhou a expressão “Teoria dos abalos” para explicar determinadas reviravoltas políticas que marcaram a história da Paraíba, segundo a qual nas instabilidades e tremores sísmicos certos corpos físicos precisam se agarrar a outros para sobreviver. E serão mortos os que não se agarrarem.
Ainda conforme o teórico, é como se fosse um jogo de xadrez onde cada peça tem sua função específica e se move levando em consideração certos interesses, em nome de uma orientação tática. Tabuleiro, no caso, é a mesa, a base ou território por onde se desenvolve o jogo, cada jogador usando seu plano secreto na busca da sobrevivência.
Na Paraíba, as principais peças do tabuleiro político são conhecidas, têm denominação própria e se movimentam em direção aparentemente clara, mas os planos secretos de cada um são os mistérios do jogo. Afinal, assim como no xadrez verdadeiro, para que algumas peças ganhem no tabuleiro outras terão de perder. Faz parte. É a regra.
Ao contrário do que se esperava, o governador João Azevedo tem sido um jogador arguto que opera na frente dos demais. Aliás, toda vez que um noviço entra no tabuleiro, o jogo não é mais o mesmo. Recomenda a arte mínima da guerra para toda vez que um oficial novo chegar ao generalato, os estrategistas terão de estudá-lo antes de montar as operações bélicas, especialmente se ele revelar-se desafiador e belicoso antes mesmo de entrar nos confrontos e comandar as tropas.
João Azevedo não tem olhado muito o tamanho e a importância das peças postas no jogo. Olha o tabuleiro. Adota uma tática diferente para os padrões estabelecidos. Ele mira o território, avalia aonde quer chegar e, em vez de enfrentar logo as peças adversas, balança o tabuleiro – chacoalha tudo e abre seu próprio caminho. Acha que o único corpo que pode segurar os outros é o seu, como se fosse um imã.
Há ainda alguém que pense que Veneziano Vital do Rêgo, Cássio Cunha Lima, Luciano Cartaxo e outras peças decisivas nessa turbulência, não podem ser juntadas pelos efeitos da gravidade e do terremoto chamado João Azevedo?
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