Pesquisa confirma Cícero e Maranhão na liderança da corrida em João Pessoa
Três dados mais relevantes chamam atenção na pesquisa IP4/Master, a primeira desde as convenções partidárias, num cenário em que todos os candidatos apresentam crescimento. Primeiro, a manutenção da dianteira de Cícero Lucena (26,01%) seguido de perto por Zé Maranhão (24,27%).
Segundo, a consolidação da candidatura de Luciano Cartaxo que, na estimulada passa a 17,32%, e na espontânea crava 9,39%. Mesmo comportamento se atribui a Estelizabel Bezerra, com seus 11,1% (na estimulada) e 8,41%, na espontânea. Os dois realmente entraram no jogo.
O terceiro ponto a destacar é a rejeição ao governador Ricardo Coutinho, em seu principal reduto. RC tem uma avaliação dita ruim para 10,49% dos pessoenses e surpreendentes 20,61% o consideram péssimo. Um seja, um terço dos eleitores de cara já rejeitam o governador. Um grande salto.
Trata-se de um cenário impensável há dois anos, quando RC deixou a Prefeitura pra disputar o Governo. Mesmo os 9,76% de avaliação ótima e 24,39% de boa amenizam. Resta saber o que mais pesará como decisivo no seu potencial de transferência para sua candidata Estelizabel.
A soma de Cícero e Maranhão (na estimulada) parece mostrar um lado da moeda, em relação à rejeição ao governador. Afinal, somados, os dois representam mais de 50% de votos. Uma sinalização de que, a preço de hoje, o eleitor segue apostando num projeto de oposição ao governador.
O crescimento de Cartaxo pode ser explicado por alguns fatores: a (quase) unidade no PT, o apoio do prefeito Luciano Agra e a indicação do vice Nonato Bandeira. Foram elementos que somaram. Resta saber se ainda há combustível para seguir crescendo ou se atingiu seu teto.
O crescimento de Estelizabel é compreensível com a superação das divergências internas no PSB (leia-se Luciano Agra) e o óbvio engajamento do governador na campanha. Mesmo com uma rejeição elevada, RC tem seu peso. Será interessante observar sua curva a partir de agora.
Resumo da ópera: a frieza dos números parece demonstrar o que se especulava, ou seja, que será uma campanha plebiscitária em relação, não ao prefeito Agra (que está muito bem na pesquisa), mas ao governador. Num cenário em que, hoje, RC está claramente em desvantagem.
Esse desenho eleitoral sugere que a candidata do governador terá pista livre para crescer até o teto (a saber) de que ele dispõe, para uma previsível polarização com um candidato de oposição. Em que pese os atuais números sinalizarem para um segundo turno entre Cícero e Maranhão.