PMDB e PT: uma relação de amor e ódio
Se vai vingar é outra história, mas a verdade é que a direção nacional do PT recomendou que o partido apoie a candidatura do PMDB na Paraíba. Há resistências, porque existe uma ala petista no Estado que está pensando em 2018. E imagina que uma eventual vitória de Veneziano, agora, poderia impedir uma candidatura própria daqui a quatro anos.
PMDB e PT vivem, na verdade, uma relação de amor e ódio. No plano nacional, tentam apagar as chamas de uma crise tamanho família, após os desacertos na discussão sobre a reforma ministerial. A impressão é que a presidente Dilma endureceu o jogo mais do que devia. Talvez se fosse o ex-presidente Lula não tivesse ocorrido. O PT sabe o quanto precisa do PMDB pra reeleição de Dilma.
Na Paraíba, há uma dependência do PMDB em relação ao PT. Claro. Uma composição dos dois partidos, em torno da candidatura de Veneziano, solidifica o projeto do peemedebista, e pode colocar, já a preço de hoje, sua postulação no mesmo nível de Ricardo Coutinho e Cássio Cunha Lima. De outra forma, corre o risco de ficar espremido numa eventual polarização entre RC e Cássio.
Assim, nessa dependência mútua, os dois partidos estão “condenados” a passar por cima das divergências e se unir. E a decisão da direção nacional petista em Brasília, sinalizando pela aliança já em primeiro turno vai nesse rumo. Resta aos dois partidos sentarem e, como se diz no idílio político, discutirem a relação. Porque, certamente, vão ter que dormir sob o mesmo teto, pelo menos nestas eleições.
Reunião em Brasília – A mídia nacional noticiou a decisão do PT nacional em recomendar o apoio do partido a candidatos do PMDB em sete estados, Amazonas, Pará, Sergipe, Alagoas, Mato Grosso, Tocantins e Paraíba.
Eis o que registra o jornal Estadão:
“Em encontro do Diretório Nacional do PT, integrantes da cúpula do partido confirmaram a intenção de terem candidatos próprios ao governo de 11 Estados na próxima eleição de outubro.
A reunião é realizada em Brasília e entre os temas discutidos está a composição das alianças regionais. De acordo com integrantes da legenda que deixaram o encontro nesta tarde, o partido deverá ter candidatos ao governo em SP, RJ, MG, RS, PR, PI, BA, DF, MS, AC e RR. Em Goiás, os petistas colocam como condição para não terem candidato próprio o lançamento do nome do ex-governador Iris Rezende (PMDB).
Em Santa Catarina, ainda não há uma definição do partido. A tendência, no entanto, é que o PT anuncie neste final de semana a candidatura ao governo do presidente do diretório estadual do partido, Claudio Vignatti.
Por outro lado, o PT tende a apoiar a candidatura do PMDB no AM, PA, SE, AL, PB, MT e TO. Ainda está indefinido um apoio aos peemedebistas em Rondônia e Maranhão. No caso dos maranhenses, o PT está dividido entre apoiar um nome indicado pelo clã Sarney ou se unir ao ex-deputado federal Flavio Dino (PcdoB).”
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