POÇO SEM FUNDO Operação apura desvio em movimentação de R$ 75 milhões na perfuração de poços na Paraíba e RN
A Paraíba acordou, esta quinta (dia 25), com a Polícia Federal nas ruas, com a Operação Poço Sem Fundo, com participação da Controladoria-Geral da União e do Ministério Público Federal. A operação teve como objetivo o combate ao desvio de recursos públicos federais, no âmbito do Incra e do Dnocs, “destinados à perfuração de poços e implantação de sistemas simplificados de abastecimento de água no Estado”.
O ex-deputado federal Benjamin Maranhão e a mãe dele, a ex-prefeita de Araruna Wilma Maranhão, ambos do MDB, estão entre os alvos da Polícia Federal na operação, conforme as primeiras informações. As investigações são remanescentes de 2016, último ano da gestão de Wilma Maranhão à frente da prefeitura de Araruna. São também alvos servidores do Incra e do Dnocs e empresas cujos nomes não foram revelados.
Benjamim foi, recentemente, candidato a prefeito de Araruna, e perdeu a disputa por 178 votos para o prefeito reeleito Vital Costa (PP).
Inquérito – A investigação, segundo a CGU, teve início a partir de inquérito instaurado pela PF para apurar contratações indevidas promovidas pela Superintendência Regional do Incra, culminando na realização de fiscalização. A investigação apontou prática de superfaturamento, corrupção passiva e ativa, e de lavagem de dinheiro, mediante uso de contas bancárias de empresas interpostas, para dissimular a movimentação financeira.
Trabalho foi “constatada vinculação familiar, financeira e empresarial entre as empresas investigadas, com indícios de direcionamento de contratos, sobreposição dos serviços contratados pelo Incra com os serviços contratados pelo Dnocs e a Prefeitura de Araruna, já que, no mesmo período, as empresas investigadas realizaram serviços similares para os três órgãos, via contratações diretas, por meio de dispensas de licitação.
Os contratos investigados totalizam, aproximadamente, R$ 75 milhões. As irregularidades investigadas apontam para desvio de recursos destinados à implantação de sistemas de abastecimento d’água para a população carente do interior paraibano, castigada sobremaneira pelos longos períodos de estiagem.
Diligências – A Operação Poço Sem Fundo consiste no cumprimento de 15 mandados de busca e apreensão nas cidades de João Pessoa (PB), Araruna (PB) e Parnamirim (RN), além de indisponibilidade de bens e afastamento de quatro servidores públicos federais de suas funções. O trabalho conta com a participação de sete auditores da CGU e de 70 policiais federais.
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