POPULARIDADE EM BAIXA Pesquisas ligam alerta e comprometem planos de Lula para eventual candidatura em 2026

O noticiário político nacional foi pautado, no último final de semana, meu caro Paiakan, pelas pesqusas DataFolha e Ipec, que trouxeram números muito desfavoráveis ao presidente Lula.

A pesquisa DataFolha aponta que apenas 24% dos eleitores brasileiros aprovam seu Governo (eram 35% em dezembro), contra 41% que reprovam (eram 34%). Ou seja, houve uma queda de 11% na aprovação, enquanto a reprovação subiu 7%.

O detalhe nesta pesquisa é que o desempenho de seu Governo petista experimentou uma queda de 16% no índice de aprovação, despencando de 49% para 33%, entre os eleitores do Nordeste, considerado o seu principal reduto eleitoral. Esse o dado mais preocupante para o petista.

Já o Institito Ipec trouxe que 62% dos brasileiros renegam uma nova candidatura de Lula em 2026. Apenas 35% avaliam que o petista deveria buscar um 4º mandato. Pesquisa do Ipec em setembro de 2024 já trazia que 58% dos brasileiros rejeitavam uma nova candidatura, enquanto 39% avaliavam positivamente.

Os entrevistados também declararam o motivo de não apoiarem uma nova candidatura: não estar fazendo um bom trabalho (36%), ser corrupto, ladrão e/ou desonesto (20%), estar com idade avançada (17%) e que o petista já teve sua chance sendo presidente três vezes (11%).

O cenário ainda não é desesperador. A mais de um ano e meio das eleições do próximo ano, Lula ainda tem a possibilidade de reverter o quadro. O problema, meu caro Paiakan, é que as ações de seu Governo não sinalizam uma mudança radical para um gigantesco choque de realidade.

Além do mais, o petista (na verdade, todo o PT) perdeu de longe a guerra da comunicação nas redes sociais, onde as informações fluem muito mais rapidamente, atingindo um número expressivo de pessoas que, antes, se pautavam pelo noticiário dos grandes veículos de comunicação.

Lula tem atuando de forma muito endógena, ou seja, seu discurso é voltado para a sua militância. Mais que isso: para os petistas mais radicais. Com isso, o presidente se descola de uma parcela expressiva daqueles de centro esquerda, por exemplo. Da centro direita então, é catastrófico.

Some-se a este discurso um tanto rançoso, o fato de que tem sido muito infeliz em suas declarações, especialmente após ter mudado, inclusive, de ministro-chefe da Comunicação Social, para Sidônio Palmeira, na esperança dele se comunicar melhor. Não surtiu efeito, pelo menos até o momento. O que não deixa de ser uma ironia.

Talvez Lula imaginasse realizar um 3º Governo, ainda com o recall de seus dois primeiros mandados. O problema é que, desde então, o cenário mundial mudou substancialmente, e vem essa impressão de que ele não conseguiu se atualizar para as demandas mais atuais. Não fez upgrade.

Q queda de popularidade, certamente, vai afugentar muitos atores que atualmente apoiam seu Governo. Um afastamento em passa pode passar a ideia de isolamento. o que é ainda pior. Faz lembrar O Outono do Patriarca, de que fala Gabriel Garcia Marquez.

Resumo da ópera: diante de um cenário de um intenso desgaste, conforme mostram as pesquisas, uma reversão de quadro só poderá acontecer com uma mudança radical, e torcer para que façam efeito, até as eleições, meu caro Paiakan. A menos que um evento de proporções bíblicas ocorra em seu favor. Tipo um milagre.