Por que CPI não encontrou culpados no escândalo de R$ 21 bi da Petrobrás?
É dessa forma que se desmoraliza (ainda mais) uma instituição como uma CPI. Aliás, duas. É incompreensível para o cidadão comum compreender como, em meio a tantas denúncias com provas, envolvendo o escândalo da Petrobrás ou Petrolão, como se queira, as duas CPIs instaladas no Congresso não tenham produzido um indiciamento sequer.
É algo como se ocorresse um crime, mas não houvesse criminoso. O crime não tem mais como desmentir, porque todos os dias os fatos só reforçam a ideia de um esquema de fraude envolvendo a empresa, que pode ser considerada um patrimônio dos brasileiros. É tão grave que a Justiça americana resolveu processar vários dos gatunos.
Mas, a CPI não encontrou suspeitos, não encaminhou o indiciamento de ninguém, e fez, é claro, o brasileiro de palhaço. Não fossem a Polícia Federal e o Ministério Público Federal, um escândalo que beira os R$ 21 bilhões permaneceria debaixo do tapete, ou afundado junto com os depósitos de petróleo do pré-sal, a mais de seis quilômetros de nossas vistas.
Seria o primeiro caso no mundo de um crime que é autocometido. Ou seja, ocorreu por geração espontânea sem a participação de autores. Há crime, mas não há criminosos, pelo menos no relatório de 903 páginas apresentado pelo relator, o excelentíssimo senhor deputado Marcos Maia (PT-RS). Um best-seller policial, com final feliz para os sujeitos ocultos.