Por que o TRE, que julgou o Caso FAC, não consegue julgar o Caso Empreender PB?
A impressão que se tem nos últimos tempos é que a Paraíba se move numa velocidade muito diferente do País. Em menos de um ano de meio, o Brasil vivenciou o afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, antes impensável, viu também um processo de impeachment, e até mesmo a posse de um novo presidente, mas o Tribunal Regional Eleitoral da Paraíba não foi capaz de julgar sequer…
…Um processo banal como o Caso Empreender PB, apenas para citar o exemplo mais emblemático como espólio da última disputa eleitoral. Praticamente dois anos após as eleições de 2014, o processo apenas se arrasta, ou nem isso. Ora, a Justiça, quando tarda, falha. Daqui a pouco começa o processo eleitoral de 2016, e que resposta a Justiça terá dado aos eleitores para comandar um pleito sem concluir o outro?
E não deveria ser apenas prioridade da Justiça Eleitoral, que, aliás, foi criada para dar celeridade aos feitos eleitorais. Este julgamento também deveria ser do máximo interesse do governador Ricardo Coutinho. Porque, enquanto não se julga, persiste a dúvida se ele cometeu ou não crime eleitoral para ganhar a disputa. E, neste caso, enquanto não há julgamento, a suspeita é que ele cometeu.
O julgamento é importante, porque o governador pode simplesmente ser absolvido, e então acabar toda a celeuma e os questionamentos que atualmente existem sobre o uso da máquina na disputa das urnas. Terá sido um pleito limpo ou houve malandragem? Só um julgamento justo dará essa resposta. O paraibano tem direito a essas respostas, porque é, em última instância, quem paga a conta.
Enquanto não há julgamento, muitas são as indagações. O que, afinal, acontece com a Justiça Eleitoral da Paraíba que, em relação a 2006, no rumoroso Caso FAC, foi capaz de julgar o então governador Cássio Cunha Lima e, hoje, não tem a mesma tração para julgar Ricardo Coutinho? Quais são, enfim, as engrenagens que funcionaram antes e não mais funcionam hoje?