Por que Pietro (aquele do esquema dos livros) foi preso?

Há tempos, o noticiário político-policial se alimenta do personagem Pietro Halley Dantas Félix. Mas, quem é mesmo Pietro, de pronuncia italiana? Bem, a primeira vez que se ouviu falar dele foi naquela operação de compra de livros, em que o empresário Daniel Gonçalves (da empresa New Life) denunciava um esquema de lavagem de dinheiro e roubo. Eram R$ 2,3 milhões numa única operação.

Roubo porque, segundo Daniel, Pietro se apoderou de um cheque de sua empresa pago numa licitação suspeita de compra de livros, em que ele era apenas procurador. Lavagem porque Pietro, Alexandre Urquiza e Edivaldo Rosas teriam ido a Taperoá receber o dinheiro de uma penada na boca do caixa, em pleno período eleitoral de 2010. O caso terminou nas páginas da revista Época.

Depois, Pietro foi novamente citado como uma dos coordenadores financeiros da campanha de Coriolano (irmão do governador Ricardo) Coutinho, durante o espaço de tempo em que alimentou o desejo de ser candidato a deputado federal. Mais uma vez, circularam comentários de que Pietro estava operando desenvolto no mercado paralelo. Pietro sumia e aparecia como o Cometa Halley…

Agora, Pietro, com seu Camaro, está de volta. E, coincidentemente, em Taperoá, território sede de outras operações, e onde falam da existência de um patrimônio fabuloso dele. Desta vez, Halley às voltas com a Polícia Federal, levada à sua propriedade, segundo se diz, por uma denúncia de compra de votos. Mas, pelo que se encontrou lá, não justifica a prisão.

Pietro tinha em seu poder “apenas” R$ 670 e alguns cheques, além de armas sem o devido porte de arma. Crimes que, em tese, não justificariam sua prisão no Presídio do Serrotão em Campina Grande. Com esse armamento tão modesto do ponto de vista financeiro, não teria como comprar votos. Não, com a inflação eleitoral ora em vigor. Então, meu caro Paiakan, porque Pietro foi preso mesmo?

Ou há um crime da pesada que está sendo mantido a sete chaves, ou estão cometendo uma grande injustiça com esse pobre rapaz.