Por que RC não teve qualquer visibilidade na mídia nacional durante o processo do impeachment?
Ao longo de 2015, o governador Ricardo Coutinho constituiu uma força-tarefa de mídia e fez um esforço considerável para tentar se construir dentro do PSB como um substituto de Eduardo Campos e, mais que isso, ser uma opção como candidato a presidente da República em 2018. Era de se esperar, portanto, que nos dias de ebulição antes e após o impeachment ele tivesse uma grande inserção na mídia nacional.
E por que não teve? Se alguém tiver o cuidado de fazer uma pesquisa nos maiores jornais do País (Estadão, Folha de São Paulo e O Globo), verá que os governadores realmente empenhados em evitar o impedimento da presidente foram principalmente Flávio Dino (PCdoB-MA), Sérgio Costa (PTdoB-CE), Rui Costa (PT-BA) e Wellington Dias (PT-PI). Eles estiveram nos holofotes da mídia.
Mas, o governador Ricardo Coutinho… passou em branco. Justamente quando Dilma mais precisou dele. Ficou invisível. Não esteve na linha de frente, e não conseguiu reverter sequer um voto na bancada da Paraíba. Muito pouco para quem alimentou esperanças de disputar a Presidência da República e representar uma força de esquerda no embate de 2018. Na verdade, Ricardo Coutinho foi apenas Ricardo Coutinho, o esperto.
Na Paraíba, mostrou a conhecida bazófia contra o impeachment. Mas, em Brasília, onde seria, digamos, a principal seara para a consolidação de um projeto nacional, ele submergiu. Seja porque não tem o cacife que diz ter, seja para não se queimar, quando percebeu o tamanho do incêndio do impeachment.
Sabendo, é claro, que uma eventual cassação da presidente Dilma enfraquecerá muito sua posição no Estado. Especialmente junto à Justiça Eleitoral, onde tem o mandato questionado.