Pra lembrar a Lira: o último que desafiou a liderança de Maranhão no PMDB deixou o partido e ainda perdeu a eleição
A última liderança de peso que desafiou o comando do senador Zé Maranhão no PMDB terminou fora do partido (em 2009) e, na sequência, ainda perdeu a disputa pelo Senado (em 2010) para o próprio Maranhão. Foi Wilson Santiago. Agora, o mesmo vem tentando o senador Raimundo Lira, que ascendeu ao Senado, graças à renúncia do titular Vital do Rego, hoje ministro do Tribunal de Contas da União.
Aliás, com quem Lira não tem lá uma boa relação, vez que, mesmo prometendo, demitiu praticamente todos os aliados de Vital do gabinete no Senado. Mas, nos últimos dias, Lira tem se empenhado numa queda de braço com Maranhão, em várias frentes. Numa de suas primeiras alfinetadas, elogiou Ricardo Coutinho como o melhor governador da Paraíba, numa clara provocação a Zé.
Mais recentemente, Lira empunhou lanças para estreitar a relação com Ricardo Coutinho, admitindo, primeiro ser candidato junto com o governador em 2018, o que implicaria numa aliança do PMDB com o PSB. Depois, ao ser lembrado que o PMDB faz oposição a RC, e Executiva Estadual certamente vetará essa aliança, Lira avisou que a Nacional poderá intervir na Paraíba.
Lira foi lembrado por dirigentes do partido, especialmente o tesoureiro-geral Antônio Sousa, um dos porta-vozes de Maranhão, e o vice-prefeito Manuel Júnior, que a Nacional do PMDB não tem o hábito de agir com autoritarismo e jamais iria intervir numa decisão da Estadual. Além do mais, que tem prestígio junto à Nacional é precisamente… Zé Maranhão.
A operação de Lira prosseguiu com em encontro, em que reuniu os deputados Veneziano (em rota de colisão com Maranhão), Hugo Mota e seu pai, Nabor Wanderley, que foi apoiado por RC e perdeu a disputa em Patos, além do calouro André Amaral, suplente que alçou à condição de deputado (com a renúncia do vice-prefeito Manuel Júnior) e detentor de uma extraordinária votação de… 6.552 sufrágios.
A reunião seria para “fortalecer o PMDB”. Essa talvez a provocação de maior octanagem de Lira contra Maranhão. Que, finalmente, decidiu dar o troco, e marcou, para o dia 20, uma reunião com a Executiva Estadual, para exatamente debater a dissidência no partido. Então, talvez os dissidentes talvez devam fazer a opção de continuar no partido, sob a orientação de Maranhão, ou procurar outra legenda.