PRA NÃO PERDER DE VISTA Sérgio Cabral foi preso e solto seis vezes até finalmente ser enquadrado
“Por que será que as pessoas cometem crimes com tanta facilidade? É porque os criminosos não são castigados logo.” Parece curioso, mas foi com essa citação do Eclesiastes 8,11, que, em 17 de novembro de 2016, o juiz Marcelo Bretas, do Rio de Janeiro, determinou a primeira prisão do então governador Sérgio Cabral por crimes de corrupção. E por que primeira prisão? Porque foram várias prisões.
Como se sabe, logo após ser preso, Sérgio Cabral foi solto por obra do Supremo Tribunal Federal. E isso se repetiu por seis vezes, até que ele foi preso em definitivo. Foi condenado e cumpre, no acumulado, pena que supera aos 200 anos, depois de várias condenações. Em sua delação, admitiu ser um corrupto compulsivo, incapaz de resistir a propinas. Detalhe: Cabral elegeu Pezão (também preso) governador do Rio de Janeiro, em 2014.
Tudo mera coincidência? Possível. Preso na Operação Calvário 7, em 29 de dezembro de 2019, o ex Ricardo Coutinho foi solto um dia e meio depois graças a uma graciosa liminar do ministro Napoleão Nunes Maia (Superior Tribunal de Justiça) e, esta terça (dia 18), escapou do retorno à prisão, também graças ao parecer da ministra Laurita Vaz em julgamento na 6ª Turma do mesmo STJ.
É como diz o procurador Octávio Paulo Neto, coordenador do Gaeco, que desbaratou a organização criminosa liderada pelo ex-governador, após a recente decisão do STJ: “Normal demais, o trabalho continua!” Até chegar a meia dúzia ainda falta muita estrada…