Pra onde vão Cássio e Veneziano após a vitória de Romero?
O resultado das urnas em Campina Grande mostra que o senador Cássio Cunha Lima continua com a liderança inabalável. Ninguém em sã consciência pode deixar de reconhecer que a vitória de Romero (e Ronaldo Filho) deve ser creditada na conta de Cássio. Com mais de 41 mil votos de diferença, foi um placar acachapante e até inesperado, considerando o histórico das últimas eleições.
Mas, se Cássio venceu com Romero, o prefeito Veneziano não foi necessariamente derrotado, com o resultado adverso nas urnas para sua candidata Tatiana Medeiros. Vené conseguiu a proeza de catapultar sua candidatura, que partiu praticamente do zero e era desacreditada até mesmo dentro do seu partido até um patamar surpreendente. Afinal, ela conseguiu 40,86% dos votos. Não foi pouco.
Se Cássio foi vencedor em emplacar Romero, após duas derrotas anteriores para o próprio Veneziano (quando apoiou Rômulo Gouveia) o Cabeludo também mostrou ter fôlego. Poucos conseguiriam colocar uma candidata praticamente desconhecida, como foi Tatiana, na condição em que chegou, inclusive atropelando a deputada Daniella Ribeiro, que surgiu no início da disputa como favorita.
O resultado robustece a musculatura política de Cássio, especialmente na sua relação com o governador Ricardo Coutinho que foi, inquestionavelmente, o maior derrotado nessas eleições. RC terá de reavaliar o prestígio que, atualmente, confere a Cássio. Mas, também deixa Veneziano no páreo da disputa pelo Governo do Estado em 2014, a partir do poder de fogo que demonstrou nessas eleições.
Vai depender muito se Cássio poderá ser candidato. Há controvérsias. O tucano faz questão de manter acesa a chama dessa possibilidade, para oferecer uma esperança aos seus seguidores. Se puder ser candidato, então Campina poderá sair com dois candidatos ao Governo o que, convenhamos, só favorece RC, porque a cidade irá se dividir entre eles. Se não puder, Cássio certamente preservará a aliança com Ricardo, para enfrentar Vené.
Ou se unir a Veneziano, num projeto em torno da união de Campina. O que, a preço de hoje, parece improvável.