Primeira-dama defende protestos contra governo (qualquer um?)
Pâmela Bório voltou e, pelo visto, com tudo. Inclusive para mostrar que, se governador Ricardo Coutinho está em cima do muro em relação à disputa presidencial, conforme noticiou o jornalista Cláudio Humberto (dia 19 de maio), ela, não. É o que se pode deduzir de suas mais recentes mensagens postadas nas redes sociais twitter e Instagram.
Em várias postagens, a primeira-dama se irmana aos brasileiros que protestam, pelo País afora, contra o Governo (!), e convoca os paraibanos a promoverem as mesmas manifestações. Diz numa delas: “Que esse princípio de revolução não seja abafado com os gritos de gol.” Um recado que vai, aparentemente, para a presidente Dilma.
Adiante, ao afirmar que “essa causa é de todos nós”, faz convocação: “Vamos às ruas, seja nas manifestações ou através de lenços brancos nas janelas! Vamos ocupar as redes.” No Instagram: “É contra a violência e é nossa resposta de paz, é o nosso silêncio de indignação, é o nosso pedido de atenção e clareza nas políticas, é o nosso não contra a corrupção…”
A primeira-dama ainda acrescenta, fazendo trocadilho em relação aos recentes embates entre policiais e manifestantes em São Paulo e Rio de Janeiro: “Um tiro de borracha atingiu um País inteiro!” E claro, demonstra desprezo pela mídia: “Cinco mil vândalos? Tsc, tsc… Não acredite em tudo o que a mídia diz. Aqueles são brasileiros, como.”
A primeira-dama mostra não querer ter um papel apenas decorativo no operante governo do maridão. Nesse caso, meu caro Paiakan, até para contribuir com os protestos, permito-me apresentar algumas sugestões. Tipo: na Paraíba, poderia começar na Granja Santana, onde os manifestantes seriam recebidos e alimentados com alguns quitutes a base de lagosta e camarão.
Depois, alas seriam formadas para se dirigir à Praça João Pessoa. Imaginem a ala do pessoal do Ipep como não seria explosiva… Claro, devidamente escoltados pelo pessoal do Fisco. Poderíamos ter uma ala dedicada ao Jampa Digital, com todos tentando acessar seus smartphones. Com a ala do Cuiá poderíamos, quem sabe, desapropriar uma área da praça em tempo recorde.
Deveríamos, é claro, ter cautela com a ala da terceirização, para não correr o risco de alguém terminar no Hospital da Cruz Vermelha, digo, de Trauma. Mas, que tal a ala da violência? Teríamos porta-estandartes de “João Pessoa: 10ª cidade mais violenta do mundo”, ou “Paraíba: quarto estado mais violento do País”, e a ala dos policiais que percebem os piores salários do País.
Os professores, obviamente, não poderiam ficar de fora. Afinal, quem percebe o 5º pior salário do País não poderia perder uma chance única de ir às ruas mostrar a sua cara. Teríamos, quem sabe, uma ala dedicada aos deputados considerados jumentos e analfabetos pelo governador. Ih, é muita gente. Ainda falta o pessoal da SP Alimentação, dos garis milionários da Emlur, da propaganda de mais de R$ 80 mil ao dia…
Não poderíamos esquecer de fazer um checkin na ala do avião do Governo RC e suas viagens pelo Brasil afora, passando pelas Minas Gerais. Ah, finalmente, ainda teríamos a ala contra o aumento de R$ 0,10 das passagens de coletivos em Jampa.