PROPINA DE R$ 134 MILHÕES? Governo João cobra dinheiro desviado pela Cruz Vermelha e quando vai cobrar também de ex-governador e demais membros da orcrim?
É bem louvável, meu caro Paiakan, a iniciativa do governo João Azevedo em cobrar da Cruz Vermelha gaúcha ressarcimento de R$ 52,2 milhões desviados da Saúde. Mas, e quando o governo vai cobrar também dos integrantes da organização criminosa, liderada pelo ex Ricardo Coutinho, e que, segundo levantamento do Gaeco, transformou mais de R$ 134 milhões de recursos públicos em propina?
Está claro que a Cruz Vermelha gaúcha não agiu só. Operou em conluio com muitos comparsas. Está claro que os integrantes da organização criminosa desbaratada pela Operação Calvário promoveram o maior saque aos cofres públicos da Paraíba que se tem notícia. Então, para ser coerente, se o governo está cobrando da OS também deve cobrar, especialmente daqueles que se beneficiaram do roubo.
Caça-propinas – Até onde o Blog pode apurar, já existe uma força tarefa integrada (também) por procuradores federais, tipo Operação Caça-propinas, que estaria agindo para localizar parte desse dinheiro desviado dos cofres públicos, principalmente, da Saúde e da Educação.
Numa estimativa preliminar, o Gaeco (Ministério Público da Paraíba) projetou que, somente da Saúde teriam sido desviados mais de R$ 130 milhões na forma de propina, sobretudos dos contratos com as organizações sociais Cruz Vermelha gaúcha e Ipcep.
Mas, trata-se de uma estimativa bem conservadora, ante toda movimentação da organização criminosa. Como se sabe, apenas com essas duas organizações sociais, ou seja, apenas na área de Saúde, os envolvidos movimentaram perto de R$ 2 bilhões. Ou mais de R$ 3 milhões, considerando os contratos na área de Educação.
Investigadores da força tarefa trabalham com algo bem superior a este valor. “R$ 130 milhões seriam apenas um valor de referência preliminar”, revelou um integrante da operação ao Blog. É previsível que esta quantia seja muitas vezes maior, dado o tamanho do esquema.
Informações preliminares indicariam que parte do dinheiro roubado estaria fora do País. Outra parte, fora da Paraíba, na forma de imóveis e investimentos em ações. Mas, há indícios de que uma parcela dessa propinagem ainda esteja na Paraíba.
Delações – Há vários locais em investigação, a partir de informações prestadas pelos delatores Leandro Nunes Azevedo, Maria Laura Caldas, Livânia Farias e Ivan Burity, afora contribuições de outros personagens. Sabe-se, a partir de Laura e Livânia, que uma parte do dinheiro era entrega ao ex Ricardo Coutinho na forma de caixas, e na própria Granja Santana.
(Diagrama acima foi elaborado e distribuído pelo Gaeco)