Proximidade da eleição traz de volta polêmica sobre elegibilidade de Cássio
Eis que a polêmica sobre a elegibilidade do senador Cássio Cunha Lima voltou à ordem do dia. Primeiro, quando o próprio Cássio, apesar de se considerar elegível, admitiu uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral para tirar a prova dos nove, depois com a criação de um banco de dados no Ministério Público Federal com pessoas atingidas pela Lei da Ficha Limpa, onde ele poderá constar.
Advogados simpatizantes de Cássio afirmam que ele é elegível, ancorados em decisões do TSE para casos semelhantes, com entendimento favorável. Também lembram que, se ele estiver inelegível por todo ano de 2014 (oito anos contando da eleição de 2006), talvez não esteja mais em janeiro de 2015, quando poderia, em caso de vitória, tomar posse tranquilamente.
E haveria ainda um plano B, para o caso da situação realmente ficar insustentável. Cássio poderia desistir da candidatura às vésperas do pleito para apoiar, por exemplo, seu irmão Ronaldo Filho. Bem se vê, porém, como as estratégias são de alto risco. Se tiver o registro de sua candidatura impugnada, como poderá ocorrer, ele passará toda a campanha sub judice.
Em 2010, deu certo, mas nada garante que dará certo agora. Além do mais perdeu mais de um ano de mandato para Wilson Santiago. E só deu certo (em parte) porque a Lei da Ficha Limpa não foi aplicada para a eleição de 2010. E, por todos os indicativos da Justiça até agora, em 2014 será. Depois, é preciso ver como o eleitor vai encarar uma mudança de candidatura a 20 dias do pleito.
O certo é que, dado o nível de animosidade entre o tucano e o governador Ricardo Coutinho, desde seu ruidoso rompimento, é absolutamente previsível que o socialista seja dos primeiros a questionar a elegibilidade do senador, seu ex-aliado. Também o Ministério Público. E, muito provavelmente, outros pequenos partidos que orbitam em torno do governador.