Quarta-feira de fogo para o Governo RC
Esta quarta tem tudo para ser de fogo pro nosso ínclito, preclaro e insigne governador Ricardo Coutinho. Primeiro, corre o risco de seu carro alegórico na Assembleia ser derrotado na votação das chamadas MPs do Mal, que, entre tantas iniciativas, implodem a Lei do Subsídio do Fisco.
Caso as matérias sejam mesmo levadas ao plenário, dificilmente o governador escapará da derrota. Vários deputados da própria bancada do Governo já avisaram que votam com o pessoal do Fisco e com outras categorias atingidas pelos efeitos dessas medidas provisórias. Parece sem volta na avenida.
Das duas, uma: ou o Governo surpreenderá a todos e sairá do embate fortalecido com uma vitória triunfante, o que parece absolutamente improvável a preço de hoje, ou amargará uma vitória tamanho família. E, se perder, deixará o desfile muito fragilizado e com um precedente perigoso.
Em outra frente, o Governo RC vai enfrentar o início de uma mobilização de três dias, capitaneada, em tese, pelos professores, mas que terá o endosso de várias outras categorias, como policiais militares, civis, médicos, defensores públicos, pessoal do Fisco, pessoal da UEPB e representantes de servidores demitidos.
Eles formam um exército de foliões descontentes com a falta de diálogo do governador e, especialmente, com o seu calote ideológico. Tudo o que prometeu na campanha, enquanto candidato, caprichosamente RC está cuidando de não cumprir. É o caso em que a letra não bate com a música.
É difícil fazer prognóstico do que ocorrerá. Uma manifestação dessa magnitude, se bem organizada, poderá levar milhares de servidores para a praça e, literalmente, paralisar o Governo. O detalhe é que atinge setores absolutamente essenciais, como saúde, educação e segurança pública.
Talvez seja o primeiro caso na História recente do Estado em que tantas categorias se organizam, para uma manifestação dessa extensão contra o Governo do Estado. É uma quarta-feira que promete. Resta saber como o governador pretende solfejar o seu enredo para demover tantos descontentes.
Até agora, como se sabe, o seu bordão de que o Estado está quebrado, para não atender aos pleitos, já não convence. Até caiu no anedotário popular. Pelo visto, RC vai precisar mudar seu enredo, ou corre o risco de deixar a avenida antes da hora.