Que crise? Governo gasta R$ 100 mil apenas com cachês em inauguração de teatro
O governador Ricardo Coutinho se negou a investir no Festival de Artes de Areia e no evento Caminhos do Frio, alegando que, por conta da crise, o Estado não poderia bancar eventos culturais. Mas, surpresa, o governador gastou quase… R$ 100 mil, apenas para a festa de inauguração do Teatro A Pedra do Reino, com pagamento de cachês. A comprovação está na edição de 14 de agosto de 2015, do Diário Oficial do Estado (veja abaixo).
Conforme postou em seu Facebook o poeta Ed Porto (veja abaixo), era “papo furado do secretário de que não tem grana pro Festival de Areia nem pro Circuito do Frio; que a crise econômica tá braba por conta da crise internacional; que bancar eventos em tempos de seca é pecado etc. e tal, não colou, não cola nem colará”. Foram gastos R$ 60 mil apenas com o show de Zélia Duncan…
Mais o cachê de R$ 27.528,00 da Cia. de Dança Quasar e R$ 12 mil parado ator Matheus Nachtergaele atuar como mestre de cerimônia do evento. Um total de R$ 99.528,00. Quase R$ 100 mil. Em “tempo de crise” e sem orçamento para investir em eventos consagrados como Caminhos do Frio e Festival de Artes de Areia.
Confira a comprovação dos pagamentos no Diário Oficial do Estado (dia 14.ago.2015):
Confira postagem de Ed Porto na íntegra:
“TEATR(J L)$TENTAÇÃO: só R$ 100.000,00 à festinha de inauguração
Confesso que errei feio. Chutei que o cachê de Zélia Ducan e de Maria Juliana totalizaria uns 30 mil reais. Qual não foi minha surpresa hoje ao saber que só o de Zélia foi R$ 60.000,00 (sessenta mil reais). Isso mesmo meu predileto leitor! Sessentinha! O cachê de Maria Juliana ainda não sabemos (se é “artista local” certamente receberá menos e depois do “artista nacional”).
Um camarada se comoveu com meu apelo (eu disse: Alguém com tempo e paciência pra checar nos portais de “transparência”? ) e me disse que saiu no Diário Oficial do Estado, Nº 15.905, de hoje (14/08/2015). E falou mais: o cachê da Cia. de Dança Quasar foi R$ 27.528,00 e o do ator Matheus Nachtergaele (Eita sobrenome difícil da mulinga!) foi de R$ 12.000,00. Somando o daquelas, mais estas duas “surpresinhas” temos o montante de R$ 99.528,00 (arredondemos pra 100 mil porque ainda faltam os mais de R$ 472,00 de Maria! Ela merece perceber bem mais).
Percebam, caríssimos, que errei horrivelmente: o total foi mais do que o triplo carpado que chutei: 30 mil. Sempre fui bom em matemática (modesto hein!?), mas confesso que o problema aqui foi a falta de conhecimento sobre os cachês atuais dos artistas “nacionais” nestes tempos de inflação. E digo isso de boa fé (não creio que tenha havido algum pixuleco nessa transação. Os caras andam cabreiros…).
Resumo da ópera: O papo furado do secretário de que não tem grana pro Festival de Areia nem pro Circuito do Frio; que a crise econômica tá braba por conta da crise internacional; que bancar eventos em tempos de seca é pecado etc. e tal, não colou, não cola nem colará. O rei Rico torrou R$ 100.000,00 numa noitada pra inaugurar um teatro de 60 milhões de reais. Muitos súditos ficaram maravilhados com o circo, com tudo e com todos. E Pão que é bom… Pena que a plebe cultural tem se contentado com umas migalhas esporádicas (do tipo FIC, saca?).
“Não me convidaram / pra essa festa pobre / que os homens armaram pra me convencer / a pagar sem ver / toda essa droga / que já vem malhada antes de eu nascer” (CAZUZA).”