QUE PAÍS É ESSE? Não dá pra levar a sério uma CPI que tem um Renan como relator para investigar o filhinho do papai
Vamos combinar, é praticamente impossível alguém de bom senso ficar contra uma investigação para apurar responsabilidade durante a pandemia, ainda mais quando envolve tantos os agentes públicos envolvidos.
A omissão e os desacertos do governo Bolsonaro, a falta de transparência na aplicação dos recursos por governadores e prefeitos e, até mesmo, o comportamento de ministros do Supremo Tribunal Federal, durante a pandemia.
Não fosse a inoportunidade do momento e a absurda imposição do Supremo, a CPI da Covid seria uma ótima oportunidade para apurar desvios de conduta.
Mas, meu caro Paiakan, não dá pra conceber qualquer seriedade numa CPI que tem sujeitos como Renan Calheiros e Jáder Barbalho na condição de relatores. Primeiro, porque, em tese, irão julgar os próprios filhos durante os trabalhos. Uma aberração que somente o parlamento brasileiro pode permitir.
Renan terá acesso a todos os atos investigatórios que envolvam seu filhinho, o governador Renan Filho (AL). O mesmo vale para Hélder Barbalho (PA), filho de Jáder. Mais do que uma aberração, uma imoralidade que revela como o Brasil realmente não é um País sério.
E, segundo, tem o prontuário de Renan. O senador foi alvo de 12 inquéritos no Supremo, só no caso Mônica Veloso, além de sofrer uma ação de improbidade administrativa, em Brasília. No final de 2019, a 2ª Turma do STF acatou denúncia contra Renan Calheiros pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato. É, na verdade, um rosário de processos.
Fonte: Gazeta do Povo, em 2016 (mais em https://bit.ly/3nqA5lg)