Quem merece os outdoors da Cagepa?
Houve quem especulasse que setores aliados do Governo Ricardo Coutinho poderiam contratar outdoors, para expor os deputados que votaram contra o empréstimo da Cagepa. Operação similar àquela do terreno da Acadepol. Mas, aparentemente, a maré não está para peixe.
E por uma razão muito simples: diferente da comoção (artificial, diga-se) criada junto à população de Mangabeira, quando se anunciou a implantação de um shopping nas imediações como salvação da pátria, desta vez apenas o Governo e meia dúzia de funcionários da Cagepa se abalaram.
A opinião pública foi eloquente em se posicionar contra a concessão do empréstimo, mesmo com “toda” a mobilização da CUT que, em outros tempos, sabia escolher melhor as suas bandeiras e, por isso mesmo, conseguia sensibilizar. A CUT entrou e saiu mal do processo.
Então, se cabe expor deputados nesse processo, certamente serão aqueles que votaram com o Governo, mesmo ante um festival de impropriedades envolvendo o pedido do empréstimo. Praticamente todas as informações fornecidas pela direção da Cagepa eram imprecisas.
Não se briga com a verdade, principalmente quando está em jogo o dinheiro público. RC começou a perder com as bombásticas das revelações do deputado Gervásio Filho e o parecer do deputado Vituriano, desmistificando os dados usados para ancorar o pedido de aval.
A partir dai, a população começou a lançar suspeitas sobre a operação e, paulatinamente, foi se postando contra. Assim, o Governo RC perdeu a guerra da comunicação. Sem apoio popular, sem argumentos sustentáveis e com tantas desconfianças, o desfecho não poderia ser outro.
Pensando melhor, meu caro Paiakan, não seria de causar espanto se alguns setores da oposição contratassem outdoors, expondo os diretores da Cagepa e o próprio governador como autores de uma operação de endividamento como se nunca se viu por essas latitudes.
… Quando, na verdade, deveriam apresentar um plano de reestruturação da Cagepa, para evitar sua falência e todo esse constrangimento causados aos seus funcionários, que não têm culpa pelo desastre administrativo da empresa.
Afinal, onde está a competência para dar solução aos problemas tão apregoada na campanha de 2010?