Quem traiu quem na disputa do PSB? Ou quem apunhalou quem pelas costas? Confira com Antônio Radical
O Blog tem aberto espaço para autores de mais variadas correntes ideológicas, como forma de oferecer aos leitores, subsídios para um melhor julgamento dos fatos. Agora, diante do ruidoso rompimento entre Ricardo Coutinho e João Azevedo, especialmente após a desfiliação do governador do PSB, o Blog acolhe um texto do líder sindicalista Antônio Mineral.
SEGUE A ÍNTEGRA DO TEXTO…
Nesta terça-feira, 03 de dezembro do corrente ano, o governador João Azevedo (agora, sem partido) anunciou através de uma carta distribuída à imprensa sua desfiliação do PSB. Minutos após este anúncio vindo do governador, a direção do PSB/PB apresentou também à imprensa, uma nota respondendo ao ato de João Azevedo.
Para lembrar a todos/as uma coisa importante nesta história, antes de tecermos algumas considerações a respeito. O atual presidente estadual do PSB/PB, nomeado pela direção nacional do partido há poucos meses, é o ex-governador Ricardo Coutinho. Afirmamos isso para explicar que tal nota divulgada pelo PSB local tem as digitais do ex-governador.
Também para relembrar a todos/as, um pouco da história dessa disputa interna no PSB local. Ela começou quando o governador João Azevedo nomeou como Secretário Chefe do governo, em agosto deste ano. Quase que imediatamente após este ato, a deputada estadual Estelizabel Bezerra (PSB), afirmou à imprensa que Edvaldo NÃO poderia ocupar este cargo, tendo ao mesmo tempo o posto de presidente estadual do partido, como era até então. No que foi seguido por outras parlamentares do PSB, como Cida Ramos e Sandra Marrocos. Começava ali a disputa interna do PSB/PB que, neste processo, fez com que a direção nacional elegesse uma Comissão Interventora – chamado por esta de Comissão Provisória Estadual -, tendo o ex-governador Ricardo Coutinho como seu novo presidente estadual – ou interventor, como queiram -.
Depois de muitas idas e vindas, de várias reuniões para tentar resolver o problema, de muitas acusações de lado a lado no interior do partido, o governador João Azevedo decidiu sair do partido e anunciar isto pela imprensa. E, como já afirmamos, a direção estadual do PSB/PB, respondeu à altura acerca da desfiliação do governador.
As duas cartas – tanto a de João Azevedo comunicando a desfiliação do partido quanto à da direção estadual do PSB/PB sobre o anúncio – são muito duras, recheada de acusações de ambas as partes, como já ocorria desde agosto deste ano.
João Azevedo chega a afirmar, em determinado momento de seu anúncio, que “(…) A maioria das críticas – ou melhor, dos ataques – veio de membros do nosso próprio partido”. Segue afirmando que “(…) O antagonismo veio de figuras de proa do PSB, que mesmo antes da intervenção ou do golpe, já atacavam o Governo, secretários e o governador” (https://parlamentopb.com.br/joao-azevedo-anuncia-desfiliacao-do-psb-em-busca-da-democracia-perdida).
Na mesma carta de desfiliação, o governador faz outra grave denúncia ao grupo liderado pelo ex-governador, Ricardo Coutinho. “(…)Convivi neste período, com boicotes e sabotagens internos à gestão promovidos por alguns, que apegados às funções e salários, não tiveram a dignidade de entregar seus cargos, agindo ou não sob algum tipo de comando superior” (Idem). Ao final de seu anúncio, afirma que ainda não manteve contato com legenda alguma acerca de seu provável destino, mas que isso ocorrerá ainda este ano. E aproveita pára alfinetar. mais uma vez, o PSB local. “(…) Irei mudar de partido porque o meu atual desconfigurou-se por completo na Paraíba” (Ibidem).
Como afirmamos antes, a resposta da direção estadual do PSB foi também dura. Nela, o partido afirma que a saída de João Azevedo “é a formalização de um ato de traição”. (mais em http://bit.ly/2LkyCv1)
Aproveita também para “desculpas ao povo paraibano por tê-lo feito acreditar que o técnico, o secretário e “fiel escudeiro” do ex-governador Ricardo Coutinho, daria continuidade à gestão que transformou nosso Estado” (Idem).
Neste e em outros pontos da carta, a direção estadual do PSB/PB tece considerações elogiosas a Ricardo Coutinho e procura apresentar o atual governador como um “traidor”. Conclui afirmando uma bonita frase, certamente pensada por Ricardo Coutinho: “a política ama a traição, mas abomina o traidor”. Neste ponto, queremos iniciar nossas considerações acerca dessa disputa.
Pra começo de conversa, Ricardo Coutinho precisa responder à seguinte pergunta: “quem traiu quem” nesta disputa interna do PSB/PB??? João Azevedo também precisa responder a este questionamento. Se forem políticos sérios, comprometidos com a verdade, como afirmam ser, responderão. Desde já, respondo a todos/as sobre isso, sem medo de errar: nem Ricardo Coutinho nem João Azevedo darão esta resposta. Por um motivo bastante simples: ambos são TRAIDORES, não apenas de seu partido, mas do povo paraibano, especialmente.
Tanto RC quanto JA adotaram um projeto de governo que, na aparência (e por meio de uma competente e vultosa propagando institucional), iludiram (e continua iludindo) boa parte de nosso povo, quanto à sua forma de administrar. Como pode Ricardo Coutinho criticar João Azevedo porque este não deu “continuidade à gestão que transformou nosso Estado”??? Esta “transformação” seria, por exemplo, a montanha de dinheiro público desviada dos cofres estaduais para beneficiar alguns elencados na “Operação Calvário”??? Tal “transformação” seria o pagamento de baixos salários à boa parte dos servidores estaduais, a começar pela Educação??? Ou ainda, esta “transformação” estaria vinculada ao fechamento de inúmeras empresas em nosso Estado, apenas para pegar desde 2011 pra cá??? Sem falar nas alianças espúrias feitas por Ricardo Coutinho e sua “tropa de choque” para consolidar este domínio político na Paraíba, a exemplo da aliança feita em 2010 com Cássio Cunha Lima.
Do mesmo jeito que Ricardo Coutinho merece críticas por tudo isso, o mesmo aplica-se a João Azevedo. Isto porque, como a nota do PSB local afirma, o atual governador foi, durante os 8 anos de RC no governo, seu “fiel escudeiro”, defendendo e implementando a mesma política nociva ao povo paraibano, escondida através de alianças políticas esdrúxulas e oculta por meio de uma propaganda oficial bem cuidada e extremamente cara. Assim como Ricardo Coutinho, João Azevedo também é responsável por tudo isso. e mais, como seu principal cúmplice. A “Operação Calvário” que o diga……..
Pra concluir este assunto, uma coisa se mostra absolutamente nítida neste caso: trata-se de mais um capítulo da infindável novela “Estelionato Eleitoral”, cometida por ambos, com a conivência do PSB, seja local ou nacional. E, pelas palavras de João Azevedo e da direção estadual do PSB (leia-se Ricardo Coutinho), isto não irá acabar tão cedo. Infelizmente…………