Raupp pede e PMDB adia disputa mas segue rachado
Uma resolução interna do PMDB já sinalizava para eleições de renovação do diretório estadual em dezembro, após a escolha das comissões municipais. Antecipar a disputa, aparentemente, foi de fato uma precipitação, levando uma ala dissidente para o confronto com o ex-governador Zé Maranhão. O partido foi aos holofotes e se desgastou.
Diante do impasse, foi preciso a intervenção do presidente nacional do partido, senador Valdir Raupp. Ele pediu para o partido adiar a eleição programada para a próxima sexta-feira (dia 26), o que só deverá acontecer mesmo em dezembro, após as eleições das municipais, projetadas para o mês de novembro. Mas, as suas chapas lideradas por Zé Maranhão e Wilson Santiago seguem inscritas.
A rebelião, no entanto, mostrou que o partido não é mais monolítico. Está dividido. Há muitas mágoas não contornadas e, especialmente, há muitos interesses em jogo. O confronto que veio a público é apenas uma parte da história. Nos bastidores, sabe-se, por exemplo, que Wilson Santiago suspeita de não ter legenda para disputar em Senado, em 2014, com Maranhão presidente.
Maranhão, de outro lado, desconfia de que parte dos rebeldes quer o comando para negociar uma aliança com outros grupos. Uma das vertentes, por exemplo, seria se aliar ao governador Ricardo Coutinho, enquanto outra corrente quer vincular o partido ao PT, engrandecido coma perspectiva de vitória. Prefere manter partido livre para ter candidato próprio em 2014.
E a verdade é que nenhuma das correntes do partido terá o controle absoluto, a partir de agora, mesmo com esse adiamento da disputa em pauta. Os dois lados vão precisar negociar, e certamente abrir mão de parte do poder que imaginam ter. A disputa vai apenas ser adiada, mas o confronto permanece. O que se ganha é tempo para negociar as perdas e ganhos de lado a lado.
O adiamento foi deliberado na reunião do final de tarde desta segunda-feira (dia 22), na sede do partido.