RC nomeia defensor em 24 horas mas há 4 meses esquece reitor da UEPB
Seriam dois pesos e duas medidas? Poucas horas após os defensores públicos elegerem a lista tríplice para a escolha do novo0 Defensor-Chefe do Estado, lépido e fagueiro o nosso ínclito, preclaro e insigne governador Ricardo Coutinho passou a caneta e nomeou Vanildo Brito. Certamente não tem nada a ver com o fato de ser um ex-cunhado…
Mas, há quatro meses, a Universidade Estadual da Paraíba enviou a lista tríplice para nomeação do novo reitor da Instituição, mas, até o momento, sua caneta permanece inerte para esse particular aspecto… Claro que não há nenhum parente ou contraparente na lista dos eleitos pela comunidade acadêmica da UEPB. Quem sabe pudesse ajudar…
Interessante foi sua reação, ao ser indagado sobre a nomeação do novo reitor da UEPB, quando assinava o ato de nomeação de Vanildo para a Defensoria: admitiu não ter pressa e que, provavelmente, na próxima semana (terça-feira), irá tomar essas providências. Lembrando que o mandato da atual reitora Marlene Alves vai até o dia 13 de dezembro, improrrogável.
Na disputa, o professor Rangel Júnior obteve 4.061 votos contra Cristovão Andrade, que ficou com 1.785, e Eliana Maia, com 1.477. Na prática, o governador poderá escolher qualquer um dos três apresentados pela comunidade acadêmica.
O governador vai nomear o mais votado?
Em condições normais de temperatura e pressão qualquer governador no domínio pleno do seu senso teria 4.061 motivos para nomear Rangel Júnior novo reitor da UEPB. Foram esses precisamente os votos que ele obteve na eleição do dia 16 de maio.
Mas, há outras simbologias na votação. O segundo colocado, Cristovão Andrade, ficou com 1.785, seguido pela terceira colocada, Eliana Maia, com 1.477. Se alguém somar a votação dos dois (3.262), verá que ainda assim tiveram menos votos do que cravou Rangel.
Ou seja, foi claro o recado da comunidade acadêmica. Rangel, não apenas ficou em primeiro, como foi disparadamente o mais votado. Com todo o respeito aos que votaram contra, Rangel tem a preferência folgada da maioria de professores, servidores e alunos.
Uma regra de ouro da democracia é a convivência dos contrários. Muito vilipendiada nos últimos tempos por essas latitudes. Mas, não esqueçamos a outra regra de ouro. Democracia é o governo da maioria. Então, sob regime democrático, Rangel é o novo reitor.
Sua votação também expressão a liderança da atual reitora Marlene Alves. Mesmo enfrentando o poder da maquina estatal, após a guerra pela autonomia da UEPB, foi capaz de transferir seu prestígio a Rangel, superando os demais candidatos apoiados pelo governador.
Mas, estamos vivendo tempos ditos republicanos, quando nem sempre a democracia é respeitada. É neste particular que, mesmo ficando em primeiro disparado, Rangel corre risco de não ser o reitor de fato (que já é) e de direito. E será abominável se isto não ocorrer.
Então, o que a comunidade acadêmica deve pleitear, neste momento, é o respeito à democracia. O respeito às regras do jogo democrático. Rangel não é mais candidato. A disputa acabou. Ele foi o escolhido por ampla maioria e como tal deve ser respeitado.
Se o governador não respeitar a vontade dessa eloquente maioria, estará, pela segunda vez (após suspender a autonomia), intervindo de forma ditatorial na UEPB. Nenhuma comunidade acadêmica deve aceitar o jugo de uma ditadura, porque a próxima vítima pode ser qualquer um.
Só lembrando: na eleição da Defensoria Pública, Vanildo Brito foi o mais votado da lista tríplice…