RC pede pra PF apurar autor de mensagem. E por que não apurar a denúncia?
Foi muito curioso a coligação liderada pelo governador Ricardo Coutinho emitir nota, ao longo do dia, solicitando providências da Polícia Federal, para apurar a origem de uma mensagem na Internet, com uma denúncia envolvendo quatro figuras proeminentes de seu Governo. A denúncia trata de um escândalo, supostamente envolvendo pagamento de propinas.
É absolutamente pertinente a iniciativa do governador RC, afinal ele tem o direito de saber a origem de denúncias que envolvem seu Governo. E será muito interessante a Polícia Federal rastrear os autores da mensagem, que acabou reproduzida em alguns blogs e sites do Estado. Mas, já que é para investigar, que tal a Polícia Federal apurar também a veracidade dos documentos?
Sim, porque se a denúncia for leviana, então, uma vez identificados os autores, eles devem ser punidos na forma da lei. Mas, e se a denúncia, apesar de anônima, for procedente? Afinal, se o caso é pagamento de propina, a população tem todo o direito de saber se é verdadeira, quem são os envolvidos, e quanto de dinheiro público financiou o delito?
Assim, espera-se que o governador peça, além da investigação sobre a origem das mensagens, também uma apuração rigorosa sobre a autenticidade da denúncia. Desta forma, teremos a oportunidade de passar essa história a limpo, e não ficar apenas como uma bravata.
Confira a nota da coligação liderada pelo governador RC:
“A coligação A Força do Trabalho, encabeçada pelo Partido Socialista Brasileiro, informa que, por meio de sua assessoria jurídica, adotará as medidas cabíveis junto ao Ministério Público e a Polícia Federal no sentido de buscar identificar os autores anônimos do conteúdo irresponsável, calunioso e depreciativo, postado contra pessoas ligadas ao governador Ricardo Coutinho, com o objetivo criminoso de tentar denegrir a imagem do chefe do Poder Executivo da Paraíba e candidato à reeleição, em pleno período de reta final da campanha eleitoral.
Paralelo a tais medidas, o jurídico da coligação ingressará com as devidas representações judiciais contra aqueles que, com notória má-fé e interesses eleitorais escusos, se prestarem a difundir essa informação caluniosa.
De maneira sórdida e anônima, o autor do crime fez circular emails e criou um link na Internet contendo uma história fantasiosa envolvendo, irresponsavelmente, integrantes do governo e o irmão do governador. A fórmula é a mesma adotada em outras campanhas eleitorais: se aposta na impunidade e escolhe-se covardemente o anonimato, disfarce próprio de quem rasteja no subterrâneo da política, para disseminar de forma irresponsável, servindo aos interesses daqueles que se beneficiam com isso, as mais absurdas calúnias no caviloso desejo de abalar a imagem do governador Ricardo Coutinho.
A Coligação A Força do Trabalho pedirá que a Polícia Federal conduza urgentemente uma busca e identifique de onde partiu o email, que circulou para diversos endereços sob a assinatura verdadepb@mail.nu, e quem confeccionou a página na Internet, responsabilizando criminalmente o autor do material apócrifo e mentiroso, assim que ele for identificado, e descobrindo a quais interesses ele serve. Simultaneamente, provocará ainda a Justiça Eleitoral para que tome as devidas providências em nome das garantias conferidas aos candidatos.
O fato mencionado pelo material nunca prosperou junto às autoridades competentes e foi considerado uma verdadeira trama política, tendo sido devidamente arquivado à época, após o próprio governador Ricardo Coutinho formular a denúncia ao Ministério Público do Estado, dizendo-se alvo de uma armação com objetivo de forçá-lo a tomar decisões administrativas que considerava inapropriadas ao momento.
A Coligação A Força do Trabalho lamenta que a campanha tenha chegado a um nível tão abaixo da terra e renova sua crença na Justiça, nas autoridades policiais e, principalmente, no discernimento do paraibano, que nunca se deixou ser usado nas campanhas como espectador passivo de um grande circo de horrores patrocinado pelos que desejam o retrocesso da Paraíba.”