RC vai pro ataque (e escala até Barbosa) para ajoelhar Assembleia
O governador Ricardo Coutinho decidiu abrir pra valer a temporada de ataques à Assembleia. Intensificou desde que teve a MP 204 (que reajusta salários dos servidores), alterada pelos deputados de 3% para 5,84%. De prima, acusou o presidente Ricardo Marcelo de liderar a oposição e tentar inviabilizar a sua operosa (!) administração.
Não satisfeito, escalou o secretário Ricardo Barbosa (PAC), conhecido pela agressividade do discurso, para completar o serviço. Nas últimas horas, Barbosa usou vários adjetivos sinônimos para qualificar os deputados de analfabetos (como já dissera RC). Alguns até de jumentos. Com o devido respeito que os pobres muares merecem.
Ou seja, é guerra. Até houve reações. Mas, pífias. Os deputados Raniery Paulino e Aníbal Marcolino, baluartes da oposição, saíram em defesa da Casa. Pediram respeito e ficou por ai. Foi uma reação, digamos, bem inferior à ação. Mostra, de certa forma, que os deputados acusaram o golpe e ficaram intimidados ante a ferocidade governista.
No coloquial, Ricardo foi pra cima, e a turma da Assembleia recuou. O governador tem um variado arsenal de armamento pesado para amedrontar os deputados. Vai das armas fisiológicas de aliciamento político, que causam efeitos sem aparentar estragos, aos mísseis do tipo Barbosa, que provocam danos morais às vezes pesados.
Talvez Barbosa tenha razão, quando afirmou que essa legislatura é “muito fraca”. Noutros tempos, com um time de parlamentares mais aguerridos, a reação teria causado, no mínimo, ferimentos e escoriações de vários graus ao Governo. Então, Ricardo sabe com quem está lidando. Bate com gosto para abate o moral do adversário, certo de que ficará impune.