REELEITO João inicia 2º mandato sem a sombra girassol da Calvário porém precisa fazer mais para consolidar liderança
A nova posse de João Azevedo no governo do Estado traz, meu caro Paiakan, alguns simbolismos importante, quando comparada com o que ocorreu, há quatro anos, no início de seu primeiro mandato.
Em 2019, eleito pelo esquema fraudulento desbaratado pela Operação Calvário, João era inteiramente refém de Ricardo Coutinho, considerado o cabeça da suposta Orcrim, segundo o Gaeco.
Dessa forma, iniciou um governo manietado pelo ex-governador, de tal forma que não teve a possibilidade de modificar o secretariado que recebeu do antecessor. Manteve praticamente todos.
Os primeiros meses de sua gestão foram marcados pela devastação da Operação Calvário, se vendo obrigado a afastar, seguidamente, um a um os envolvidos no esquema ligados a Ricardo Coutinho.
Boa parte de seu primeiro foi, de um lado, acelerando o distanciamento do ex-governador, de outro reparando os muitos erros deixados por ele, como bombas de efeito retardado, especialmente na relação com os servidores.
João inicia seu segundo mandato, meu caro Paiakan, aparentemente sem essas amarras ao ex-governador, apesar de estar vinculado a outras lideranças políticas, com quem deverá ter gratidão.
Há o prefeito Cícero Lucena, os deputados Aguinaldo Ribeiro e Hugo Motta, que chegaram para assegurar sua reeleição. Há também outras atores, com os quais, certamente, vai precisar interagir.
Mas, especialmente, João chega livre do peso dos escândalos bancados pelo esquema fraudulento da Calvário, algo que alivia muito a qualquer governante. E mostrou que, a despeito de ter sido chamado de poste, inclusive pelo próprio Ricardo Coutinho, pode vir a ter luz própria.
De qualquer forma, vai depender da sua condução, neste segundo mandato, para se consolidar como uma grande liderança no Estado, como já foram no passado Ronaldo, Cássio Cunha Lima e Zé Maranhão.
Seu estilo moderado e conciliador, já demonstrado até agora, pode contribuir muito. No entanto, vai precisar realizar uma grande obra, que não foi capaz de entregar em sua primeira gestão.
É bem verdade que a pandemia prejudicou, não só a ele, mas a todos os gestores, nos últimos três anos, mas, daqui pra frente, não terá mais essa justificativa. E ainda contará com a ajuda de Lula, de quem se diz aliado.