
O Hospital Alberto Urquiza Wanderley, da rede própria da Unimed João Pessoa, realizou no dia 25 de novembro três transplantes simultâneos de coração, fígado e rim, todos provenientes de um mesmo doador. Os procedimentos beneficiaram três pacientes que aguardavam na fila de transplantes. A unidade é referência em alta complexidade e pioneira na Paraíba na realização dos três tipos de cirurgia.
O doador era um homem de 28 anos, que morreu no Hospital de Trauma de Campina Grande. Os órgãos foram destinados a pacientes de 31, 54 e 52 anos, que receberam respectivamente coração, fígado e rim. As cirurgias ocorreram sem intercorrências e todos seguem internados em recuperação, com quadro estável.
O transplante de fígado foi realizado em um paciente com cirrose hepática. A equipe foi coordenada pelo cirurgião Cássio Virgílio, que destacou a estrutura do hospital — centro cirúrgico equipado, UTIs modernas e equipe multiprofissional — como determinante para a realização dos procedimentos. Ele também ressaltou a importância da parceria com a Central de Transplantes do Estado para o aumento do número de doadores.
No transplante cardíaco, o cirurgião cardiovascular Maurílio Onofre Deininger explicou que a paciente sofria de miocardiopatia periparto. Ela permaneceu duas semanas na UTI antes da cirurgia e estava na prioridade da fila. Segundo o médico, o procedimento foi bem-sucedido, e a paciente chegou acordada à UTI, sem necessidade de ventilação mecânica. Ela é a terceira transplantada assistida pelo Protocolo Eras, que reduz o tempo de internação e acelera a recuperação.
Já o transplante renal devolveu qualidade de vida a um paciente com doença renal crônica. O procedimento foi conduzido pelas equipes de urologia e nefrologia. De acordo com o urologista Jarques Lúcio, o transplante elimina a dependência da hemodiálise e melhora significativamente a rotina e o bem-estar do paciente.
Referência na área, o Hospital Alberto Urquiza Wanderley realiza transplantes há 21 anos. Foi o primeiro da Paraíba a fazer transplantes de coração e fígado, em 2004, e de rim, em 2009. O diretor-geral da unidade, José Calixto da Silva Filho, destacou o papel social do serviço e reforçou a importância da doação de órgãos.
Os médicos também lembraram que a decisão de doar deve ser comunicada à família. “Um doador pode salvar até oito vidas”, disse Cássio Virgílio, ao reforçar a relevância do gesto.
Redação com assessoria02