Reforma trabalhista: e o Congresso do mensalão, petrolão e Lava Jato fulminou com a CLT
A CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), criada por decreto (!) em 1943, foi uma das últimas conquistas trabalhistas que fazem lembrar o ex-presidente Getúlio Vargas. Surgiu como uma necessidade de unificar toda a legislação existente envolvendo as relações entre patrões e empregados. E, claramente, buscou amparar o trabalhador.
Mas, já era. Com a última votação do Senado Federal, nesta terça (dia 12), a CLT virou uma colcha de retalhos, uma espécie de legislação frankstein, com dispositivos que vieram desde sua criação, e as novas peças que foram encaixadas pela reforma trabalhista de Michel Temer. E, claramente, buscou fulminar alguns benefícios do trabalhador.
É até possível que houvesse algum excesso na aplicação da CLT na Justiça do Trabalho. Mas, atenção, era em benefício do mais fraco. Da parte mais frágil. E abusos podem ser corrigidos. A injustiça, não. O fato é que o País inaugura uma nova fase, em que as relações trabalhistas, sob o pretexto de modernizar o pacto de patrão e empregados, certamente estará com a balança pendida para o lado mais forte.
E a ironia suprema é que no Brasil dos tempos “modernos”, dos escândalos, mensalões, petrolões e Lava Jato, uma reforma dessa magnitude, que vai mexer com a vida de milhões de brasileiros, acaba votada por Congresso, que não é exatamente um exemplo de moralidade pública.