Reitor se antecipa e pede auditoria na UEPB ante declarações do governador de “má gestão”
As declarações do governado Ricardo Coutinho e auxiliares, insinuando que a crise da UEPB é resultado de “má gestão”, surtiram um efeito surpreendente: o próprio reitor Rangel Júnior protocolou um pedido de auditoria junto ao Governo do Estado, a ser realizada pela Controladoria Geral do Estado e pelo Tribunal de Contas do Estado, para avaliar a veracidade dessas afirmações.
Segundo Rangel, enquanto segmentos da sociedade estiverem deduzindo e replicando que há um problema de eficácia e eficiência na gestão superior da UEPB, a questão pode ser enfrentada de forma menos peremptória, já que todas as gestões, pública ou privada, são susceptíveis de avaliações negativas ou positivas, a depender da subjetividade, do contexto e até dos interesses pontuais.
Porém, destacou, “o mesmo não se pode dizer da insinuação presente na frase e na consequente interpretação pela sociedade que sugere, ainda que subliminarmente, que a ‘má gestão’ pode estar associada a atos do ordenador de despesas que caracterizam desvios de condutas – éticos, morais e legais, suscitando que o reitor não age com probidade na utilização dos recursos públicos”.
Ainda no ofício enviado ao Governo, o Rangel pontua, “até o presente momento os interlocutores do governo estadual não apresentaram à sociedade paraibana nenhum argumento fático e/ou probatório alusivo à suposta ‘má gestão’, limitando-se a dizer frases lacunares e de efeito, que assumem muito mais o perfil de um discurso panfletário do que propriamente o de uma ação pautada na responsabilidade, como se espera de autoridade investida em cargo de destaque na estrutura estadual”.
Mídia – Rangel destaca ainda que “infelizmente, o conteúdo e a reiterada utilização deste discurso oficial nos espaços midiáticos não somente depõe contra a idoneidade do reitor, mas, sobretudo, macula a imagem da UEPB, instituição cinquentenária que possui história reconhecida de prestação de serviços educacionais à Paraíba e ao Nordeste”.
Diante disso, como a UEPB não dispõe dos mesmos espaços midiáticos para se contrapor aos argumentos apresentados pelos secretários de Estado, o reitor solicita a auditoria da CGE, bem como propõe que o governador solicite ao TCE (Tribunal de Contas do Estado) a instalação de outra auditoria, a fim de que os procedimentos administrativos do reitorado não passem pelo crivo, apenas, de um órgão integrante do próprio Executivo.