REPERCUSSÃO NACIONAL Escritor paraibano é premiado em concurso da Funarte por obra sobre Pedro Américo
O escritor e dramaturgo paraibano Tarcísio Pereira acaba de ganhar o Concurso Nacional de Dramaturgia sobre os 200 anos de artes no Brasil, promovida pela Funarte (Fundação Nacional de Arte), por sua obra inédita sobre Pedro Américo. Tarcísio aparece em primeiro lugar entre os três autores mais votados pela região Nordeste.
A Paraíba ficou em primeiro lugar, seguido por Ceará e Bahia, em segundo e terceiro lugares. Entre os concorrentes, foram 178 inscritos em todo o Brasil. A obra de Tarcísio Pereira, que tem como tema o pintor Pedro Américo, foi primeiro lugar pelo Nordeste e segundo no Brasil, na categoria Teatro para Adultos.
A peça premiada, segundo Tarcísio, é um drama com pitadas de humor que envolve dois personagens, o pintor Pedro Américo e um personagem da sua pintura mais famosa, o quadro que retrata o grito do Ipiranga pelo príncipe regente Dom Pedro I, e que ficou para a história como a imagem oficial da independência do Brasil.
A peça – A peça acontece em Florença (Itália), onde Pedro Américo pintou o quadro “Independência ou Morte”, também conhecido como “O Grito do Ipiranga”, no ano de 1888. Tarcísio Pereira imaginou o momento em que Pedro Américo teria terminado a obra encomendada pelo imperador, e tinha pressa de fazer a entrega, já que o Brasil estava no limiar da República e da Abolição da Escravatura.
Diz o autor: “Pedro Boi é um personagem extraído da tela de Pedro Américo. Quem observar esse quadro, vai ver aquele homem simples, uma espécie de caipira, puxando um carro de bois com várias toras de madeira. Na composição da pintura, ele é o homem que representa o povo e que assiste a cena do imperador diante da sua guarda, dando o grito da independência. Mas a peça é, ao mesmo tempo, um tributo a Pedro Américo e também um questionamento dessa obra sobre o momento da proclamação.”
Quando a peça começa, o pintor Pedro Américo acredita que terminou de pintar a obra por encomenda da família imperial, a qual deverá compor o acervo do Museu do Ipiranga, que na ocasião estava sendo construído. Acontece que Pedro Américo sente que ainda falta alguma coisa na obra, mas ele mesmo não sabe ainda. O que falta, na verdade, é uma figura que represente o povo brasileiro. É quando o pintor recebe a visita daquele caipira que vem reivindicar a sua inclusão na pintura.