Mais uma turbulência na praça com os sinais cada vez mais claros de eventual desembarque da federação União Progressista (que envolve União Brasil e Progressistas) da base do presidente Lula.
Nas últimas horas, os dois partidos emitiram declaração conjunta anunciando que seriam contra a Medida Provisória que traz alternativas para substituir o reajuste do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
O senador Ciro Nogueira (PI), presidente do Progressistas, afirmou que o estatuto da federação deve ser fechado no dia 9 de julho. Em seguida, discutirão a proibição de qualquer filiado participar do atual Governo.
Nos bastidores, caciques de ambas as siglas afirmaram ao Portal Metrópoles avisaram ao ministro Fernando Haddad (Fazenda) se pronunciaram contra a MP, e sinalizaram que seria, inclusive, um desembarque do Governo Lula.
Até o momento, nem o senador Efraim Filho (União Brasil) e o deputado Aguinaldo Ribeiro (Progressistas), se manifestaram quanto à sinalização da liderança dos partidos para apearem da base do presidente Lula.
Na prática, ainda segundo o Metropoles, a federação, que tenta se colocar como uma força de centro-direita, usou a crise do IOF para marcar posição política.
O cálculo das duas legendas é que “o presidente Lula não terá tempo, orçamento ou auxiliares capazes de reverter seu quadro político de desaprovação, principalmente após um turbulento início de 2025”.
E ainda: “Somente no primeiro semestre deste ano, avalia o Centrão, a própria Esplanada criou três problemas para o próprio Governo: a crise do Pix no início do ano, com falhas na comunicação e recuo na medida; o escândalo das fraudes no INSS, que na avaliação do Congresso, poderia ter sido diferente se a divulgação fosse melhor planejada; e a medida do IOF, vista como mais um aumento de imposto”.
Efeito – O desembarque pode complicar a vida do Governo no Congresso. Juntos, União e PP somam 109 deputados e 13 senadores, se tornando a maior bancada da Câmara e a terceira do Senado. Apesar de serem aliados de Lula, os partidos não seguiam a orientação do Planalto em temas ideológicos, mas ajudavam em pautas econômicas.
Pé no Governo – O União Brasil conta com três ministérios: Comunicações (com Frederico de Siqueira Filho), Turismo (Celso Sabino) e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes). A sigla ainda comanda outros órgãos de interesse político, como a Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).
Já o Progressistas conta apenas com o Ministério do Esporte, comandado pelo deputado licenciado André Fufuca. O partido também tem a presidência da Caixa Econômica Federal, com Carlos Vieira Fernandes, indicado em 2023 pelo então presidente da Câmara, Arthur Lira.
