Reviravolta: após PT sinalizar apoio a Daniela, petista mantem candidatura a prefeito
As últimas horas foram de tirar o fôlego no PT de Campina Grande. Primeiro, o partido deliberou pelo lançamento de candidatura própria e três nomes de apresentaram como opção para a militância: Pedro Lúcio, Alexandre Almeida e Márcio Caniello.
No momento seguinte, o partido determinou que seus militantes deixassem todos os cargos na administração do prefeito Veneziano, com quem o PT foi aliado em sete anos e quatro meses. Resolução aprovada e tudo levava a crer que um dos três seria ungido candidato.
Então, na manhã desde domingo, Pedro Lúcio e Márcio Caniello decidiram retirar suas postulações para viabilizar uma aliança com o PP, de apoio à candidatura da deputada Daniella Ribeiro. E, então, no primeiro momento, reinou a impressão de que o PT iria compor com o PP sem mais traumas.
Era uma operação costurada pelo ministro Aguinaldo Ribeiro (Cidades), com o surpreendente apoio de dois petistas: Socorro Ramalho e Peron Japiassu. Seria o outro lado da moeda pelo apoio do PP à candidatura de Luciano Cartaxo em João Pessoa, indicando o candidato a vice.
Aliás, a posição de Peron e Socorro foi interpretada como uma traição ao prefeito Veneziano, uma vez que eles passaram a defender apoio a Daniella, uma candidata supostamente adversária, após terem participado ativamente de sua administração, desde o início.
Mas, então, para surpresa geral, veio a obstinação de Alexandre Almeida. Como o partido já deliberara, no domingo passado, pela tese da candidatura própria (unanimemente), e seus oponentes Pedro Lúcio e Caniello desistiram da disputa, Alexandre afirmou que não abdicará da sua própria candidatura.
“Se eles desistiram isso é uma outra questão, porque então eu vou prosseguir com minha candidatura, dentro do que o PT já havia decidido antes, de candidatura própria”, afirmou Almeida. Ou seja, foi criado um impasse. Com isto, a pendenga deverá seguir para uma deliberação da direção nacional.
Um outro elemento a ser levado em conta é a posição de destaque que detem, atualmente, o senador Vital Filho, na condição de aliado da presidente Dilma Roussef e, particularmente, presidente da CPI de Cachoeira, na qual o PT nacional tem um interesse especial. Afinal, se sabe como começa uma CPI, mas nunca como acaba.
O recado de Vital veio pelo twitter. Eis o que ele postou: “Hoje acordei refletindo sobre o papel de Judas Iscariotes, o apóstolo que traiu Jesus. E nas reflexões vi o quanto foi triste o fim de Judas… A ambição de Judas o levou ao engano ao atender os principais sacerdotes para trair Jesus, fazendo um acordo em troca de 30 moedas de prata.”
Aparentemente acusando o golpe, Peron Japiassu negou que fosse traidor: “Eu não sou Judas!”