Ricardo (e seu filho) começa admitir rompimento de Cássio
A verdade é que o governador Ricardo Coutinho já começa a admitir o rompimento do senador Cássio Cunha Lima como fato consumado. O que mais levaria o governador a confirmar, publicamente, que marcou seis reuniões com o tucano e, nas seis vezes, foi desdenhado? Ao revelar os bastidores de uma crise na relação bipolar com o senador, Ricardo escancara o distanciamento.
O que levaria também seu filho, Rico Coutinho, a publicar no facebook: “Uma pena ver o PSDB, sem qualquer motivo concreto, se distanciando do projeto que ajudou a eleger e do qual ainda faz parte, quase 3 anos e meio depois”? Somente a certeza da iminência estimularia a franqueza que está nessas manifestações. Se houvesse esperanças, certamente textos assim não seriam publicados.
RC tenta claramente assumir, perante a opinião pública, um papel de vítima. Tipo: procurou Cássio pra dialogar e o tucano deu as costas. Ou, Cássio está há três anos e meio no Governo (com todas as eventuais benesses) e decide romper no final. Uma preparação óbvia para legar ao tucano a condição de um traidor. Ricardo quer sair da relação como mocinho, e não como bandido.
Enquanto isso, o tucano segue deixando pistas de rompimento. Num dia, distribui críticas ao Governo RC. Noutro, permite que parentes próximos anunciem sua decisão de ser candidato. Mais adiante, admite em conversas com deputados que é “candidatíssimo”. E, enquanto visitava, por exemplo, um hospital em João Pessoa, na semana passada, agiu claramente como candidato.