Vira, vira, vira… virou! Ricardo finge que apoia Veneziano, que finge ser apoiado por Ricardo
O deputado Veneziano provavelmente tem razão, quando afirma que seu apoio (e o de Vital do Rego) à campanha do governador Ricardo Coutinho, em Campina Grande, foi decisiva para a sua reeleição. Essa seria uma lógica coerente. Mas, não para o governador. RC sempre imagina que se elegeu, em todas as campanhas, graças aos seus belos olhos.
Vejamos. Em 2004, quando disputava a Prefeitura de João Pessoa pela primeira vez, Ricardo patinava nas pesquisas, na disputa contra Ruy Carneiro. Então, foi buscar o apoio do PMDB, que retirou a candidatura de Manuel Júnior para apoiar sua postulação. Detalhe: pouco depois de eleito, Ricardo escanteou Manuel Júnior, que deixou a vice para disputar a deputação federal.
Em 2008, na disputa da reeleição, foi a vez de RC defenestrar de vez o PMDB de sua chapa. O partido havia indicado o deputado Gervásio Filho. Ricardo preferiu Luciano Agra que, àquela altura, era pessoa de sua confiança. Então, já rompido com o PMDB, dois anos depois, foi buscar o apoio de Cássio Cunha Lima para se eleger governador.
Em 2012, foi a vez de romper com Luciano Agra que, uma vez na Prefeitura, começou a ter luz própria e ameaçou fazer sombra. RC preferiu seguir com uma candidata de sua confiança. A operação quase dá certo, se não fosse a derrota acachapante de Estela Bezerra. Então, após lamber as feridas da derrota, ele começou a preparar a estratégia de sua reeleição ao Governo.
Incomodado com a sombra de Cássio, que sempre foi tido como o responsável por sua reeleição, ele criou imensas dificuldades, até que o tucano rompeu. Na sequência, o que fez Ricardo? Em péssima situação nas pesquisas, ele conseguiu, como num passe de mágica, o apoio do PT, com Luciano e Lucélio Cartaxo. E, assim, conseguiu passar para o segundo turno.
Na prorrogação, valeu-se do apoio do PMDB de Zé Maranhão (e também os irmãos Vital do Rego) para emplacar a reeleição. E foi o que se viu: mal tomou posse, foi logo cuidando de afastar Luciano, após segregar o irmão, Lucélio, no Porto de Cabedelo. O rompimento seria apenas uma questão de tempo. E o tempo mostrou.
Restava apenas um pequeno resíduo, que foi o apoio de Veneziano e Vital em Campina. Que começou a remover, lançando o deputado Adriano Galdino. Não houve rompimento, porque Veneziano recuou, e porque poderia parecer muita ingratidão tão pouco tempos depois da campanha de 2014. Mas, o caminho está pavimentado.
Então, reina a hipocrisia. Veneziano finge que vai ter apoio indireto de Ricardo, e Ricardo finge que irá emprestar apoio a Veneziano, quando já tem Adriano para turbinar. Ou seja, novamente, é o vira, vira, vira… virou!