Ricardo, o Marcelo, enquadra Ricardo, o Coutinho: “Ele disse uma inverdade!”

O deputado Ricardo Marcelo, presidente da Assembleia, voltou à cena para mostrar que (alguns) desaforos ele não leva pra casa. Provocado pela Imprensa sobre declarações do governador Ricardo Coutinho, que acusou a Assembleia de gastar mais com viagens do que o Governo, Ricardo, o Marcelo, disse que não iria comentar “uma inverdade”.

No popular, afirmou que o governador mentiu ao promover esse tipo de acusação. Na verdade, é bom lembrar o estado de espírito de RC ao atacar o Legislativo. Coutinho fora indagado por alguns jornalistas sobre os gastos com o avião do Estado, o famoso King Air, que tem cruzado os céus do País, com alguma frequência, nem sempre para missões oficiais.

Há algumas semanas, o deputado Gervásio Filho denunciou que o governador e a primeira-dama, Pâmela Bório, usaram o avião para passar o réveillon no Rio de Janeiro, Paraty e Angra dos Reis. A aeronave foi deixar o casal no dia 28 de dezembro de 2012, voltou no dia seguinte a João Pessoa, mas retornou ao Rio no dia 1º de janeiro para ir comboiar seus passageiros no retorno ao Estado.

Em maio último, a primeira-dama empreendeu viagem a Belo Horizonte, na companhia de vários profissionais para receber um prêmio do jornal MG Turismo, de “mulher influente” por seus préstimos ao turismo mineiro. Para Gervásio, o governador e a primeira-dama usaram o avião do Estado para fins que não são permitidos, e quer uma investigação rigorosa do caso.

Foi nesse clima que o governador, indagado sobre os gastos com as viagens do King Air, reagiu afirmando que a Assembleia gasta mais com viagens do que seu Governo. A resposta de Ricardo Marcelo veio na mesma rota. O presidente da Assembleia afirmou serem inverídicas as acusações do governador, “basta conferir os dados do Tribunal de Contas do Estado, no Sagres”.

Não é de hoje que o governador demonstra desprazer com o comportamento independente do presidente da Assembleia. Em alguns momentos, chegou até afirmar que Ricardo Marcelo era quem comandava a oposição ao seu Governo.