SALDÃO DA CALVÁRIO… TCE imputa débito de R$ 19,5 milhões à Cruz Vermelha e ex-secretária de Saúde na terceirização do Trauma
Mais um capítulo no escândalo que envolveu a terceiração do Hospital de Trauma, durante a gestão Ricardo Coutinho, com a Cruz Vermelha brasileira. A Corte decidiu, em sessão dessa quinta (16/05), pela reprovação das contas da organização social, no exercício de 2018.
Segundo o conselheiro-relator Antônio Gomes Vieira Filho restaram comprovadas as irregularidades na gestão conduzida pala Cruz Vermelha. De acordo com auditorias realizadas, houve despesas não comprovadas, ilegítimas e lesivas ao erário, no valor de R$ 19,5 milhões, que deve ser ressarcido aos cofres públicos.
O Pleno, seguindo o voto do relator, decidiu pela imputação do débito pelos prejuízos causados deverá alcançar a ex-secretária Cláudia Luciana de Sousa Mascena Veras (Saúde), solidariamente, com ex-superintendente da Cruz Vermelha, Milton Pacifico José de Araújo. A decisão teve apenas o voto discordante do conselheiro Fábio Noqueira.
A decisão decorre do processo TC nº 15694/18, que trata de uma Inspeção Especial de Contas na terceirização do Hospital de Trauma pela Cruz Vermelha, entre os meses de janeiro e setembro de 2018.
Histórico – Em março de 2023, o Tribunal já havia julgado irregulares as contas de 2016 da Cruz Vermelha na gestão do Hospital de Trauma e ainda imputou débito de de quase R$ 12 milhões aos responsáveis pela OS, alcançando também gestores da Secretaria de Saúde.
Dentre as várias irregularidades encontradas pela auditoria, contratos irregulares, alguns superfaturados, com as empresas Engemed Engenharia e Consultoria, Vertice – Sociedade de Profissionais Associados, Imobrás e Gastronomia Nordeste.
A Cruz Vermelha, como se sabe, foi um dos principais alvos da Operação Calvário, que, em dezembro de 2019, resultou na prisão de 17 pessoas e um total de 35 indiciados, por desvio de recursos públicos, especialmente nos contratos de terceirização da gestão do Hospital de Trauma.