SALDO DA CALVÁRIO Ministra Laurita Vaz nega pedido de Coriolano Coutinho para deixar a prisão
A ministra Laurita Vaz, relatora dos feitos da Operação Calvário junto ao Superior Tribunal de Justiça, negou, liminarmente, pedido de advogados de Coriolano Coutinho, que haviam requerido um pedido de soltura.
Na sequência, a ministra encaminhou pedido de informações à 1ª Vara Criminal, onde tramitam ações contra Coriolano e outros integrantes da suposta organização criminosa desbaratada pelo Gaeco.
A ação envolve ainda o empresário Pietro Harley Dantas Félix e o ex-secretário Edvaldo Rosas, que foram presos, juntamente com Coriolano, no âmbito da Operação Calvário 11 e 12.
Posteriormente, Pietro e Edvaldo Rosas foram soltos, por decisão judicial. Coriolano, que já se encontrava detido, por violação no uso da tornozeleira, permaneceu preso. E, recentemente, peticionou pedido de soltura.
Pra entender – A operação foi deflagrada, em 4 de fevereiro, e teve como alvo contratos para aquisição de material didático, por parte das Secretarias de Educação do Estado, no ano de 2014, e do Município de João Pessoa, em 2013.
As compras suspeitas realizadas pelo Estado atingiram R$ 4.499.995,50, enquanto as promovidas pela prefeitura chegaram a R$ 1.501.148,60. O desvio apurado foi, segundo a força-tarefa, da ordem R$ 2,3 milhões, “em razão do pagamento de propinas a agentes públicos e políticos”.
Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão na praia de Camboinha, a força-tarefa da Operação Calvário – A Origem apreendeu, além de dinheiro, automóveis de lux que pertenciam ao empresário Pietro Harley, apontado pelo Gaeco como “testa de ferro” de Coriolano Coutinho.
Detalhe: em apenas numa compra de livros, com dispensa de licitação, foram pagos R$ 76 milhões (em 40 contratos), dos quais R$ 15,2 milhões viraram… propina. O correspondente a 20% da operação.
Denúncia – Ao acatar a denúncia do Gaeco, a juíza Andréa Arcoverde Cavalcanti Vaz (1ª Vara Criminal) pontuou: “O dinheiro ilícito capturado por seus operadores financeiros ganhou múltiplos destinos. O originário da Grafset (uma das fornecedoras), para dar apenas alguns exemplos, foi consumido pelo líder Ricardo Coutinho, separado para comprar (mas não usado), na reeleição de 2014, o apoio político do PMDB… para enriquecer seus agentes, como Ivan Burity, Edvaldo Rosas e Gilberto Carneiro, como também para beneficiar Leandro Azevedo, entre outras finalidades.”